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Hypothenemus hampei: como identificar, prevenir e controlar a broca-do-café

Encontrada em todas as regiões produtoras de café mundo afora, a broca-do-café pode causar prejuízos irreversíveis ao bolso do cafeicultor. Conheça, neste artigo, um pouco mais sobre o monitoramento e manejo de uma das principais pragas do cafezal!
  • Publicado em 24/10/2024
  • Gabryele Silva Ramos
  • Café, Fitossanitários
  • Publicado em 24/10/2024
  • Gabryele Silva Ramos
  • Café, Fitossanitários
  • Atualizado em 24/10/2024
Broca-do-café hypothenemus hampei
Sumário

A broca-do-café, Hypothenemus hampei, se destaca dentre as principais pragas da cafeicultura mundial. Originária da África Central, chegou ao Brasil por volta de 1913, e é hoje encontrada em todas as regiões produtoras de café do país.

O prejuízo econômico causado por este pequeno inseto é expressivo, e as perdas provocadas pelos danos da broca-do-café podem chegar a mais de 350 milhões de dólares por ano.

Apesar de causar maiores preocupações para os produtores de café conilon, a broca-do-café também ocupa a segunda ou terceira posição em importância para a produção do café arábica. Isto vai depender, é claro, do histórico e condições edafoclimáticas da região produtora.

Entretanto, se tratando de Hypothenemus hampei, todo monitoramento é essencial! Essa praga pode atacar os frutos de café em qualquer estágio de maturação, até mesmo secos, e se manter na área por longos períodos e várias gerações. Continue a leitura para entender mais sobre a identificação, o monitoramento, e o controle da broca-do-café!

Como identificar a broca-do-café?

O adulto de Hypothenemus hampei é um besourinho preto, pertencente à ordem Coleoptera, família Curculionidae, subfamília Scolytinae. O seu corpo possui formato cilíndrico e é ligeiramente curvado para a região posterior. O primeiro par de asas, chamadas de élitros, apresenta um revestimento de cerdas e escamas piriformes (formato de pêra), bastante característico (Figura 1).

Broca-do-café Hypothenemus hampei broca do café
Figura 1. Adulto de Hypothenemus hampei. Fonte: RuraltecTV.

Os machos da broca do café são menores, medindo cerca de 1,2 milímetros, enquanto as fêmeas medem, em média, 1,7 milímetros. É possível, ainda, distinguir os machos pela presença de vestígios de asas membranosas que estes apresentam, o que os torna incapazes de voar.

O ataque da broca-do-café pode ser facilmente constatado pela presença de um pequeno orifício na região da coroa do fruto do café, deixado pela fêmea ao ovipositar os ovos no interior do grão (Figura 2).

dano causado pela broca do café no fruto
Figura 2. Fruto broqueado pela broca-do-café. Fonte: Epamig.

Após a oviposição, uma nova geração da praga é iniciada e a maior parte do ciclo de vida da broca-do-café ocorrerá no interior do fruto. E é exatamente neste local que o pequeno besouro sobrevive até a próxima safra, reinfestando o cafezal.

Ciclo de vida da broca-do-café

Hypothenemus hampei apresenta algumas particularidades comportamentais e bioecológicas que dificultam o posicionamento dos métodos de controle. Um fator que contribui para isso é o fato de que esta broca possui natureza críptica, ou seja, a maior parte do seu desenvolvimento se dá no interior dos frutos de café. Além disso, a espécie possui ciclo multivoltino, ocorrendo de 4 a 7 gerações da praga por ano.

Para dificultar um pouco mais, a razão sexual da broca-do-café é bastante atípica, emergem cerca de 10 fêmeas para cada macho. E, além de muitas, estas podem chegar a viver mais de 150 dias, ovipositando vários frutos de café ao longo da vida adulta.

A cópula ocorre entre os besouros “irmãos” emergidos no interior do mesmo fruto, e apenas as fêmeas adultas já acasaladas são capazes de deixar o fruto em busca de novas infestações. Tais fêmeas são conhecidas como colonizadoras.

O processo de abandono dos frutos se inicia quando os fatores ambientais são favoráveis, ou seja, em condições de umidade relativa do ar superior a 90% e temperaturas elevadas.

As fêmeas colonizadoras voam distâncias curtas, mas suficientes para a disseminação da espécie. Estas também podem ser transportadas passivamente por animais, veículos, café comercializado, ventos, e, até mesmo, pessoas. Ao localizarem os frutos de café, iniciam um novo ciclo de vida da broca-do-café.

Após escolher o fruto, a fêmea colonizadora o perfura, fazendo uma galeria em seu interior, e oviposita os ovos, de coloração branco-leitosa. Ao eclodirem dos ovos, as larvas passam a se alimentar do tecido das sementes, causando danos diretos. Estas possuem coloração branca, são translúcidas e não possuem pernas.

O ciclo de vida da broca-do-café varia de 17 a 46 dias, a depender das condições climáticas: temperaturas mais altas podem acelerar o desenvolvimento do inseto-praga.

As lavouras de café irrigadas ou próximas a represas, em regiões de baixa altitude, são geralmente mais atacadas pela broca. Isto se deve ao fato de que estas condições propiciam a sobrevivência da praga durante a entressafra, que se mantém nos frutos úmidos remanescentes da colheita e que se encontram ainda na planta ou no solo.

Além disso, lavouras abandonadas e colheitas mal feitas também favorecem a ocorrência de mais gerações da broca-do-café nos cafezais.

Danos causados pela broca-do-café

Uma vez que a broca-do-café se desenvolve, majoritariamente, no interior dos frutos do café, ocorre a destruição parcial ou totaldestes, acarretando na perda de peso do produto beneficiado (Figura 3).

dano da broca-do-café em frutos
Figura 3. Fruto de café parcialmente destruído por H. hampei. Fonte: Koppert.

Além disso, a fêmea colonizadora é capaz de perfurar frutos ainda verdes (chumbões), maduros (cerejas) e, até mesmo, secos (passas), prejudicando a lavoura durante todo o período de desenvolvimento dos frutos. As fêmeas também constroem galerias no interior dos frutos durante o período de reprodução, sendo possível encontrar até 300 indivíduos em 1 fruto.

Em casos de altas infestações, as perdas na produção podem chegar a 80%. Geralmente, acarretam em uma redução de cerca de 21% do peso de cada saca de café, ou seja, aproximadamente 12 kg perdidos, a depender do tempo e nível de infestação no cafezal.

E não para por aí, além da perda dos frutos de café, a qualidade da bebida também é prejudicada devido aos danos indiretos ocasionados pela praga: os orifícios e galerias deixados pela broca-do-café servem como “porta de entrada” para microrganismos oportunistas como bactérias e fungos.

Tais microrganismos são agentes que levam ao apodrecimento e queda dos frutos, além de produzirem toxinas ao colonizarem o grão. Assim, o produto é altamente depreciado, diminuindo o seu valor comercial, aumentando o número de grãos brocados, e alterando também a classificação física do café colhido: por exemplo, 2 a 5 grãos brocados constituem 1 defeito, passando do tipo 2 ao 7, conforme a infestação na lavoura aumenta.

A broca-do-café, pode ser, ainda, o próprio veículo de contaminação dos grãos, uma vez que pode disseminar patógenos presentes em sua mandíbula, pernas, cutícula e, até mesmo, fezes.

Desta forma, a broca provoca perdas qualitativas, alterando o sabor da bebida, e quantitativas, devido ao consumo do endosperma pelas larvas e à queda de frutos infestados antes da colheita.

Constatado o poder destrutivo da broca-do-café para o cafezal, vejamos a seguir como monitorá-la e manejá-la de forma eficiente.

Monitoramento da broca-do-café

O monitoramento da broca-do-café é crucial para o manejo assertivo da praga. Por se tratar de um inseto de difícil controle, o monitoramento se torna uma ferramenta importante e deve ser iniciado no momento em que haja trânsito de besouros na lavoura. Isto pode ser constatado visualmente ou com o auxílio de armadilhas.

As armadilhas podem ser confeccionadas a partir de garrafas pet de 2L, de preferência pintadas de vermelho, uma vez que esta cor atrai os adultos da broca e facilita a sua visualização na lavoura (Figura 4).

Basta realizar alguns cortes na garrafa, inserir um frasco sem tampa contendo líquido atrativo (etanol + metanol + café torrado e moído), adicionar solução de água e detergente no fundo da garrafa para afogar a broca e fixar a armadilha a 1,5 m do solo. Sugere-se de 1 a 5 armadilhas/talhão posicionadas nas bordaduras, a depender do tamanho do talhão.

Armadilha para a broca-do-café.
Figura 4. Armadilha para a broca-do-café. Fonte: Emater – MG.

O período de trânsito da praga é o período em que as fêmeas colonizadoras voam em busca de frutos para perfurar e ovipositar seus ovos.

Existem diferentes metodologias para se realizar o monitoramento da broca-do-café. Geralmente, o primeiro passo é dividir a lavoura é em talhões homogêneos, de preferência, não muito extensos. Em seguida, 30 ramos de café por talhão são escolhidos aleatoriamente e avaliados. Para isso, é importante que se caminhe em zigue-zague ao monitorar o talhão.

Preconiza-se que cerca de 2500 frutos sejam avaliados, contando, em cada ramo, a quantidade de frutos brocados para se calcular a porcentagem de infestação em cada talhão. Quando constatada uma infestação de 3 a 5% no talhão, o controle deve ser posicionado. O monitoramento deve ser contínuo e, se possível, realizado com frequência.

Manejo integrado da broca-do-café

A integração dos métodos de controle é sempre o melhor caminho a ser seguido quando se deseja atingir boas taxas de controle populacional da broca-do-café. Vejamos abaixo os principais métodos utilizados:

  • Controle cultural

Práticas como uma colheita bem feita seguida de um “repasse” na lavoura podem contribuir para a redução do ataque da broca-do-café, evitando que os besouros sobreviventes infestem as safras futuras. O repasse, ou “cata do café”, evita que os frutos brocados permaneçam na planta, sobre o solo, nos secadores, nas tulhas, nos terreiros de secagem, e em máquinas, reduzindo em até 98% a população da broca.

É recomendado, também, que os cafezais velhos e abandonados sejam destruídos, para não funcionarem como locais de multiplicação acentuada da praga.

  • Controle biológico

Alguns agentes de controle biológico têm sido utilizados para o controle de Hypothenemus hampei no cafezal. Um exemplo disso é a vespa-da-costa-do-marfim, Cephalonomia sp., um importante inimigo natural da broca-do-café. Na Colômbia, as vespas parasitoides Prorops nasuta e Phymastichus coffea também são liberadas para o controle da broca. Pesquisas continuam sendo desenvolvidas visando a otimização do processo multiplicação e liberação, em larga escala, destas vespas em lavouras de café.

O fungo entomopatogênico Beauveria bassiana também foi encontrado colonizando adultos da broca-do-café a campo. Seus conídios apresentam uma coloração esbranquiçada característica (Figura 5).

Controle biológico da brica do café com B. bassiana
Figura 5. Adulto de H. hampei colonizado por B. bassiana. Foto: José Nilton Medeiros Costa | CropLife.

É comumente encontrado no interior do fruto, envolvendo o besouro morto. As brocas mortas, envoltas pelo fungo que esporulou, também podem ser encontradas na coroa do fruto.

  • Controle químico

O controle químico da broca-do-café consiste na pulverização de inseticidas sobre as partes mais atacadas da lavoura. Como o ataque não ocorre de forma homogênea, a aplicação de inseticidas é recomendada apenas para os talhões em que a infestação atingiu de 3 a 5%. Contudo, na prática, talhões com infestação de 1% já são pulverizados, devido ao rápido desenvolvimento da praga no fruto.

Inseticidas à base de ciantraniliprole, abamectina e espinosade são recomendados por terem efeito residual e, portanto, boa eficiência de controle da praga em baixas infestações, de 0,5 a 2%. Piretroides também são bastante utilizados no controle químico da broca-do-café.

Conclusões

Algumas práticas amplamente utilizadas no manejo do cafezal, como a adoção de um maior espaçamento visando a mecanização no controle da ferrugem do café, contribuiu para a redução das infestações da broca-do-café ao longo das últimas décadas. Contudo, essa praga segue sendo um grande problema para a cafeicultura em todo o mundo e requer monitoramento constante e manejo integrado.

É válido salientar que não existe inseticida capaz de controlar eficientemente altas infestações da broca, reforçando a importância do “repasse” para manter os índices populacionais da praga mais controlados.

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Referências

BUSTILLO PARDEY, A. E. Una revisión sobre la broca del café, Hypothenemus hampei (Coleoptera: Curculionidae: Scolytinae), en Colombia. Revista colombiana de entomología, v. 32, n. 2, p. 101-116, 2006.

COCATO, L. Broca-do-café: saiba como realizar o seu monitoramento e controle e fazer uma armadilha. Rehagro Blog. Disponível em: < https://rehagro.com.br/blog/broca-do-cafe/>. Acesso em: 13 out. 2024.

Sobre a autora:

Gabryele Silva Ramos

Doutoranda em Entomologia (ESALQ/USP)

  • MBA em Marketing (ESALQ/USP)
  • Mestre em Proteção de Plantas (UNESP/Botucatu)
  • Engenheira Agrônoma (UFV)
  • [email protected]
  • Perfil do Linkedin
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Como citar este artigo:

RAMOS, G.S. Hypothenemus hampei: como identificar, prevenir e controlar a broca-do-café. Blog Agroadvance. 2024. Disponível em: https://agroadvance.com.br/blog-broca-do-cafe-hypothenemus-hampei/. Acesso: xx Xxx 20xx.

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