As plantas ao longo do seu ciclo utilizam diversos nutrientes, dentre eles, alguns são exigidos em maior quantidade (macronutrientes). Neste artigo abordaremos três destes: nitrogênio, fósforo e potássio. Esses nutrientes fazem parte da composição dos chamados fertilizantes complexos, popularmente conhecidos como adubo NPK ou fertilizantes NPK.
Você sabe por que o adubo NPK é tão importante? De acordo como a IFA (International Fertilizer Association), globalmente, cerca de 85% dos solos são deficientes em nitrogênio, 73% em fósforo e 55% em potássio.
Mas afinal o que é o adubo NPK? Quais os tipos de adubo NPK? Você sabe como escolher a formulação do adubo NPK ideal para sua lavoura? Entenda tudo sobre adubo NPK neste artigo. Boa leitura!
O que é e para que serve o adubo NPK?
O adubo NPK é um fertilizante composto por nutrientes essenciais para o crescimento das plantas: Nitrogênio (N), Fósforo (P) e/ou Potássio (K). Esses fertilizantes podem ser formulados em diferentes combinações, como NPK, NP, NK ou PK, e são conhecidos como fertilizantes mistos ou complexos (misturas).
É, portanto, um formulado que serve para atender as diferentes exigências nutricionais das culturas e repor o extraído do solo na colheita.
Esses três nutrientes são os fornecidos em maior quantidade via adubação para o crescimento das plantas cultivadas.
E você sabe qual a função desses nutrientes na planta?
O N atua no crescimento vegetativo, é constituinte de aminoácidos, proteínas e clorofila. Além de estimular o desenvolvimento foliar e a fotossíntese.
O P está relacionado a transferência de energia (ATP) e o desenvolvimento das raízes, o P contribui para o crescimento inicial e para a formação de frutos e sementes. Ele está envolvido nos processos de divisão celular e na estrutura do DNA e RNA.
O K regula a abertura e o fechamento dos estômatos, auxilia na fotossíntese e aumenta a resistência das plantas a estresses ambientais, como seca e doenças.
Escolha da formulação
Cada fórmula de adubo apresenta sua fórmula, em um código de três números, como o adubo NPK 4-14-8. Esses números indicam as porcentagens de cada nutriente essencial presente no adubo: o primeiro número representa a porcentagem de nitrogênio (N), o segundo de fósforo (expresso como P2O5) e o terceiro de potássio, (expresso como K2O).
No exemplo do 4-14-8, 100 kg do formulado contêm 4 kg de N, 14 kg de P2O5 (equivalente a aproximadamente 6,1 kg de P) e 8 kg de K2O (equivalente a 6,6 kg de K).
A legislação atual determina 21% como a soma mínima das concentrações de tais nutrientes para as fórmulas de fertilizantes minerais.
Além do N, P e K, outros nutrientes como o enxofre (S), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e os micronutrientes também podem fazer parte das fórmulas, devendo ser indicadas sua presença e concentração.
Por que o Fósforo e o Potássio são expressos como óxidos (P2O5 e K2O) nas formulações?
A convenção de expressar o fósforo como P2O5 e o potássio como K2O vem de práticas históricas e de padronização internacional na indústria de fertilizantes.
Mesmo que os óxidos quase nunca estão presentes nas matérias primas e tão pouco são as formas absorvíveis pelas plantas. As plantas absorvam o fósforo na forma de íons fosfato (H2PO4− ou HPO42−) e o potássio na forma de íons potássio (K+), o uso de P2O5 eK2O nas formulações permite uma forma uniforme de expressar e comparar o conteúdo desses nutrientes entre diferentes fertilizantes.
A Instrução Normativa n°46, de 22 de novembro de 2016, Subseção II, Art. 4°, inciso I, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), define que os macronutrientes P e K devem ser expressos em P2O5 e K2O.
Essas fórmulas são usadas por tradição e remontam o início da química analítica (Sec. XVIII e XIX), quando o método gravimétrico era usado na quantificação dos elementos e as primeiras determinações dos teores de fósforo e potássio foram na forma de seus óxidos.
Importância de Escolher a Fórmula Adequada
Escolher a fórmula adequada do adubo NPK é importante para atender às necessidades da cultura e do solo, evitando excessos ou deficiências.
Um desequilíbrio pode prejudicar o crescimento da planta e comprometer a produtividade.
Assim, a análise do solo e o entendimento dos estádios fenológicos de cada cultura ajuda a determinar a proporção ideal de N, P e K.
Como o adubo NPK é produzido?
A produção do adubo NPK envolve diferentes processos para combinar as fontes desses nutrientes em proporções adequadas para tipo de cultura (Figura 1).
O fertilizante mineral passa pelo processo de granulação e mistura de formulação NPK e posterior distribuição e comercialização.
O N é oriundo de fertilizantes nitrogenados como ureia, nitrato de amônio ou sulfato de amônio. A ureia é produzida pela reação entre amônia e dióxido de carbono.
O P é obtido de rochas fosfáticas, que passam por um processo de acidulação com ácido sulfúrico, gerando superfosfato simples ou triplo. Outro meio é o ácido fosfórico, usado na produção de fosfato monoamônico (MAP) e fosfato diamônico (DAP).
O K geralmente vem do cloreto de potássio (KCL), extraído de minas de rochas potássicas, que é o principal composto potássico usado em fertilizantes.
A mistura de produtos que contém NPK, NP, NK ou PK é definida como fertilizantes mistos ou complexos, também chamados de adubo NPK.
Tipos de adubo NPK
As fórmulas de adubo NPK disponíveis no mercado são classificadas conforme a soma dos nutrientes NPK em fórmulas de baixa concentração e fórmulas concentradas. Isso ajuda a entender melhor os efeitos e usos de cada tipo:
Fórmulas de Baixa Concentração: têm a soma de N + P₂O₅ + K₂O igual ou menor que 30%. Exemplos: 04-14-08, 00-18-06, 00-20-10. Essas fórmulas permitem incluir fertilizantes com outros nutrientes, como cálcio e enxofre. Por exemplo, o superfosfato simples contém cálcio e enxofre (na forma de sulfato de cálcio, conhecido como gesso agrícola), e o sulfato de amônio fornece enxofre.
Importante: Essas fórmulas são ideais quando há necessidade de suprir enxofre (S) no solo, já que tendem a incluir esse nutriente adicionalmente.
Fórmulas Concentradas: possuem a soma de N + P₂O₅ + K₂O superior a 30%. Exemplos: 04-20-20, 05-25-25. São preferidas pelos produtores por conterem uma alta concentração de nutrientes principais, necessitando de menor quantidade no solo e reduzindo os custos de frete. Porém, como essas fórmulas não incluem enxofre, podem levar a deficiências de S nas plantas ao longo do tempo.
Tipos de Misturas de fertilizantes NPK
A produção dos adubos NPK pode ocorrer de diversas formas, como veremos a seguir: pela mistura de grânulos, através de mistura granulada, etc. Vejamos:
Mistura de grânulos
Nesse tipo, os grânulos de N, P e K são misturados, mas cada grânulo contém apenas um nutriente (ou seja, há grânulos de nitrogênio, outros de fósforo e de potássio) (figura 2).
A vantagem desse tipo de adubo NPK está na possibilidade de realizar mistura de proporções variadas e específicas para diferentes culturas. Entretanto, pode haver separação dos grânulos durante o transporte e aplicação, levando a uma distribuição desigual dos nutrientes no solo.
Mistura granulada
Nesse formato, os nutrientes N, P e K são compostos por uma mistura em pó que passou por um processo de granulação, o que garante que cada grânulo tenha os três nutrientes (figura 3).
Esse tipo de adubo NPK permite uma distribuição uniforme dos nutrientes e facilita a aplicação.
Todavia, o custo de produção é elevado, mas a eficiência justifica o investimento em muitas culturas.
NPK micrado com micronutrientes
Esse tipo de adubo NPK inclui micronutrientes essenciais como zinco, cobre, ferro e boro, em conjunto com N, P e K, atendendo à necessidade de micro e macronutrientes de uma só vez.
A grande vantagem desse tipo de adubo é a nutrição completa que beneficia o desenvolvimento das plantas, sendo uma opção prática e eficaz.
Pode ter um custo elevado, sendo mais indicado para culturas de alto valor econômico.
NPK de liberação lenta
Formulado com tecnologias de revestimento que liberam os nutrientes ao longo do tempo, oferecendo nutrição contínua para as plantas.
Benefícios:
- Reduz a necessidade de reaplicações;
- Diminui o risco de lixiviação dos nutrientes, principalmente do nitrogênio;
- Disponibilidade do nutriente de 2 a 14 meses;
- Fornecimento do nutriente ao longo da fase inicial das plântulas.
Contudo, possui custo elevado, sendo indicado para plantas que necessitam de suprimento constante de nutrientes.
Agora que você já conhece os tipos de adubo NPK, quer saber quais as fórmulas de NPK mais utilizadas e suas indicações? Veja abaixo alguns exemplos.
Fórmulas mais utilizadas
Para a comercialização dos fertilizantes, as concentrações de N, P2O5 e K2O precisam ser números inteiros e as concentrações de micronutrientes devem ser expressas em até 2 casas decimais.
Exemplo: 04 – 14 – 08 + B 0,15% ou 00– 20 – 10 + Zn 0,30% + B 0,10%
Dentre as fórmulas de fertilizantes minerais mais encontradas no comércio citam-se:
a) Para semeadura/plantio das culturas: 04-14-08; 08-28-16; 05-30-10; 05-30-15; 04-20-20 e 05-25-25.
Essas formulações têm maior proporção de fósforo em relação aos demais nutrientes em decorrência da maior parte dos solos brasileiros ser pobre neste nutriente, sendo necessário adicioná-lo por ocasião do plantio.
b) Para aplicação em cobertura (adubações realizadas durante o desenvolvimento das culturas): 20-05-20; 20-00-20; 20-05-15; 14-07-28; 12-06-12; 10-10-10 e 15-15-15.
Em geral, contém maior proporção de N e K em relação ao P, devido à maior extração e exportação destes nutrientes durante o desenvolvimento das culturas e a sua exportação pelas colheitas.
NPK 04-14-08
O adubo NPK 4-14-8 é usado principalmente em culturas perenes, como café, e em frutíferas, já que tem uma quantidade baixa de nitrogênio e níveis mais elevados de fósforo e potássio, ideais para fortalecer raízes e estimular a frutificação.
É importante que o solo tenha níveis adequados de matéria orgânica e necessidade de fortalecimento radicular. É uma fórmula utilizada em pré-plantio ou estádios iniciais.
NPK 10-10-10
O fertilizante NPK 10-10-10 é balanceado, utilizado em hortaliças, gramados e frutíferas.
É indicado para solos que precisam de suplementação equilibrada de N, P e K. Essa fórmula também é útil em fase inicial de desenvolvimento de várias culturas, incluindo flores e plantas ornamentais.
NPK 08-28-16
Com alto teor de fósforo, o adubo NPK 8-28-16 é muito utilizado em culturas como milho e soja, promovendo desenvolvimento radicular inicial e o crescimento das plantas.
Indicado para solos de plantio direto ou para cultivos em fase inicial, quando a planta necessita de uma boa estrutura radicular.
NPK 20-10-10
Muito utilizada para gramados e plantas ornamentais, pois promove crescimento vegetativo e fornece nitrogênio para desenvolvimento da parte aérea.
NPK 14-00-14
Utilizada para cultivos que já possuem um solo rico em fósforo, necessitando apenas de reposição de nitrogênio e potássio, sendo comum em hortas e em produção de folhas.
A escolha da fórmula de NPK ideal permite atender às necessidades específicas de cada fase da cultura, contribuindo para maximizar a produção e qualidade da produção.
Cálculo da fórmula NPK
Calcular a fórmula ideal de um fertilizante NPK para uma cultura envolve entender a demanda nutricional da planta, a análise do solo e a produtividade esperada.
Aqui estão os passos para realizar esse cálculo:
Análise do Solo
O primeiro passo é realizar a análise do solo para determinar o teor de fósforo e potássio disponíveis. Essa análise pode incluir;
- Teores de nutrientes em mg dm-3 ou ppm (partes por milhão).
- pH do solo, que influencia a disponibilidade dos nutrientes.
- Matéria orgânica e outros micronutrientes.
Necessidade da Cultura
Cada cultura tem uma demanda por N, P e K durante seu ciclo de desenvolvimento. Essa necessidade pode ser obtida de tabelas de recomendações agronômicas.
Por exemplo, a cultura do milho pode requerer aproximadamente 200 kg de N, 110 kg de P2O5 e 90 kg de K2O por hectare, caso se deseje produzir 10-12 toneladas por hectare e os teores de P e K do solo estejam intermediários (Tabela 1).
Isso inclui as adubações de plantio e cobertura. Para o milho, no plantio o recomendado é aplicar de 30 a 60 kg de N e todo o P. O potássio, assim como o N, deve ser parcelado no plantio e cobertura.
Tabela 1. Recomendação de adubação de milho para grãos e silagem, em função de solo e da produtividade esperada. Adaptado do Boletim 100 (Duarte et al., 2022).
Produtividade | P resina mg dm-3 | K+ trocável mmolc dm-3 | |||||
Grãos | Silagem MF (1) | <16 | 16-40 | >40 | <1,6 | 1,6-3,0 | >3,0 |
t ha-1 | P2O5 kg ha-1 | K2O kg ha-1 | |||||
<6 | <45 | 90 | 60 | 30 | 70 | 40 | 30 |
6-8 | 45-55 | 100 | 70 | 40 | 90 | 50 | 30 |
8-10 | 55-60 | 120 | 90 | 60 | 100 | 70 | 40 |
10-12 | 60-65 | (2) | 110 | 70 | 110 | 90 | 50 |
>12 | >65 | (2) | 120 | 80 | 120 | 100 | 60 |
(2) é improvável a obtenção de alta produtividade de milho em solos com teores muito baixos de P, independente da dose empregada.
Como escolher o melhor fertilizante NPK?
Exemplificando o exemplo acima, veja o passo a passo para escolher a formulação de NPK ideal e a dose a ser aplicada.
Adubação de semeadura/plantio do milho
Consideremos que no plantio serão aplicados 40 kg de N, 110 kg de P2O5 e 40 kg de K2O.
Para encontrarmos a relação ideal de nutrientes do adubo NPK para o plantio, basta dividirmos todos os valores pelo menor (40 kg ha-1) e teremos a relação ideal de NPK, que neste caso será 1: 2,75: 1.
Agora basta seguir os próximos passos para encontrar a formulação ideal e a dose a ser aplicada.
1º passo: encontrar a fórmula comercial com a mesma relação entre nutrientes ou próxima. Neste caso a que mais se aproxima é:
Fórmula comercial = 10–28–10
Relação entre os nutrientes: 1 : 2,8 : 1
2º passo: Calcular a quantidade necessária da fórmula (necessidade de adubação – NA)
Recomendação:
Aplicar 395,83 395,83 kg ha-1 do fertilizante NPK 10-28-10, no sulco de plantio, 5 cm ao lado e abaixo das sementes.
Adubação de cobertura para o milho
Consideremos que em cobertura serão aplicados o restante da dose total de adubo NPK, que é 160 kg de N, 0 kg de P2O5 e 50 kg de K2O.
1º passo: Estabelecer uma relação entre nutrientes aproximada
N = 160 ÷ 50 = 3,2
P2O5 = 0 ÷ 50 = 0
K2O = 50 ÷ 50 = 1
Relação entre os nutrientes: 3,2 : 0 : 1
2º passo: encontrar a fórmula comercial com a mesma relação entre nutrientes ou próxima, que neste caso é:
Fórmula comercial = 32–0–10
Relação entre os nutrientes: 3,2 : 0 : 1
3º passo: Calcular a quantidade necessária da fórmula (necessidade de adubação – NA)
Recomendação:
Aplicar 500 kg ha-1 do fertilizante NPK 32-0-10, ao lado das plantas ou a lanço, com 4 folhas totalmente expandidas (estádio V4).
Veja outros exemplos de formulações disponíveis para cada região na tabela 2.
Tabela 2. Fórmula média do adubo NPK (%).
Região | Ano | ||||||
2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | |
Sul | 13-15-15 | 13-16-15 | 13-16-15 | 13-16-16 | 12-16-17 | 13-16-16 | 13-16-17 |
Sudeste | 16-10-15 | 15-11-15 | 16-11-15 | 16-11-15 | 16-11-15 | 17-10-15 | 17-10-15 |
Centro-Oeste | 8-16-17 | 8-17-18 | 9-17-19 | 9-17-18 | 9-16-19 | 10-16-18 | 10-16-18 |
Norte/ Nordeste | 9-14-15 | 9-15-16 | 8-15-16 | 9-14-17 | 9-14-17 | 10-14-17 | 10-14-17 |
Brasil | 12-14-16 | 12-14-16 | 12-15-16 | 12-15-17 | 12-15-17 | 12-15-17 | 12-15-17 |
Como aplicar o fertilizante NPK para maximizar a eficiência?
Para aplicar fertilizantes NPK é importante considerar alguns fatores, como tipo de solo, necessidade da cultura, estádio de crescimento da planta, análise de solo e recomendações de aplicação.
Listamos para você as principais práticas recomendadas para o manejo adequado do adubo NPK.
Estádio fenológico da cultura
No estádio inicial as plantas geralmente demandam mais nitrogênio. Na floração e frutificação as necessidades de fósforo e potássio aumentam.
O planejamento da aplicação de acordo com o estádio fenológico ajuda a evitar carências ou excessos de nutrientes durante o ciclo.
Deve-se escolher a fórmula NPK com base nas recomendações agronômicas e ajustar a dosagem.
Método de aplicação
Aplicação no solo: É o método mais comum e pode ser feita em sulcos, incorporada ou em cobertura. Em solos arenosos, é recomendada a aplicação em maiores profundidades para reduzir perdas por lixiviação.
Aplicação foliar: É uma alternativa para suplementar nutrientes em momentos de alta demanda, especialmente quando o solo não supre as necessidades nutricionais. No entanto, deve-se tomar cuidado com as dosagens para evitar queimaduras nas folhas.
Fertirrigação: Em sistemas de irrigação, a fertirrigação permite uma distribuição mais homogênea dos nutrientes e facilita o ajuste das dosagens. Este método é eficiente, especialmente em culturas de alto valor, mas requer manejo cuidadoso para evitar o acúmulo de sais.
Parcelamento da aplicação
Dividir a aplicação de NPK em doses menores durante o ciclo de cultivo reduz o risco de perdas por lixiviação e volatilização, especialmente em solos arenosos ou sob condições de alta pluviosidade.
Vamos fazer um exemplo prático para você entender melhor.
Considerando o exemplo anterior da cultura do milho (833 kg ha-1), imagine que você foi contratado como responsável técnico para realizar a aplicação desse adubo NPK em uma fazenda.
Um possível parcelamento dessa dose do adubo NPK seria aplicar no plantio 580 kg ha-1 (adubaçãode base). Assim, você garante que a planta terá P e K disponíveis desde o início e uma parte do N.
Cerca de 20-30 dias após a emergência do milho (adubação de cobertura), aplique o restante (253 kg ha-1) do adubo NPK.
Dessa forma você garante a demanda da cultura e otimiza a absorção dos nutrientes ao longo do ciclo.
Evitar a aplicação em dias de chuva Intensa
A aplicação de fertilizantes antes de chuvas fortes pode resultar em perdas por lixiviação e escoamento superficial.
É recomendado aplicar o fertilizante em condições de solo úmido, mas sem excesso de água, para permitir uma melhor incorporação dos nutrientes.
Em áreas com declive, o risco de perda por escoamento é ainda maior. Nessas situações, recomenda-se incorporar o fertilizante no solo ou utilizar barreiras vegetais para reduzir o escoamento.
Usar fertilizantes de liberação lenta
Os fertilizantes de liberação lenta ou controlada liberam os nutrientes gradualmente, o que reduz as perdas e aumenta a eficiência da aplicação, especialmente em solos arenosos.
Resposta das plantas
Após a aplicação, é importante observar o desenvolvimento das plantas e ajustar a estratégia de fertilização, caso necessário.
Folhas amareladas, por exemplo, podem indicar deficiência de nitrogênio, enquanto folhas com bordas queimadas podem indicar excesso de potássio.
A análise foliar é uma ferramenta útil para verificar se os nutrientes estão sendo absorvidos de maneira adequada e para ajustar a dosagem nas próximas aplicações.
Conclusão
Nesse artigo você aprendeu a importância do adubo NPK na reposição e suplementação de nutrientes essenciais para o crescimento e produtividade das plantas.
A aplicação do adubo NPK deve ser cuidadosamente calculada, considerando tanto as análises de solo quanto as exigências nutricionais de cada cultura, ajustadas aos estádios fenológicos.
A escolha da fórmula ideal e o método de aplicação influenciam diretamente na acurácia do manejo, permitindo suprir as necessidades da cultura sem causar desperdícios ou desequilíbrios nutricionais.
Adubos de liberação controlada de nutrientes e o parcelamento da aplicação, otimiza a absorção, minimizando perdas por lixiviação e volatilização, particularmente em solos arenosos ou regiões de alta pluviosidade.
Ressalta-se que para evitar quaisquer eventuais problemas é importante ter o acompanhamento de um Engenheiro Agrônomo.
Esperamos que este artigo tenha sido útil e informativo para você!
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Referências
DUARTE, A. P.; CANTARELLA, H.; GUAGGIO, J. A. Milho (Zea mays). In: CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A.; MATTOS JUNIOR, D.; BOARETTO, R. M.; RAIJ, B. V. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. Campinas: IAC. 2022. (IAC Boletim Técnico, 100).
Sobre o autor:
João Paulo Marim Sebim
Doutorando em fitotecnia (ESALQ/USP)
- Mestre em Produção Vegetal (UFAC)
- Engenheiro Agrônomo (UFAC)
SEBIM, J.P.M. Adubo NPK: Entenda o que é, os principais tipos e como escolher a formulação ideal. Blog Agroadvance. 2024. Disponível em: https://agroadvance.com.br/blog-adubo-npk/. Acesso: xx Xxx 20xx.