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Controle biológico de pragas com Isaria fumosorosea (atualmente Cordyceps fumosorosea)

Aclamado pela ficção científica, o fungo Isaria fumosorosea, reclassificado como Cordyceps sp., também está se tornando famoso no agro. Confira, neste artigo, um pouco mais sobre o uso deste interessante microrganismo no controle biológico de pragas!
  • Publicado em 06/12/2024
  • Gabryele Silva Ramos
  • Bioinsumos
  • Publicado em 06/12/2024
  • Gabryele Silva Ramos
  • Bioinsumos
  • Atualizado em 06/12/2024
Isaria fumosorosea cordyceps
Sumário

Dentre os agentes de controle biológico utilizados na agricultura, os fungos entomopatogênicos ocupam uma posição de destaque devido ao seu amplo espectro de ação, facilidade operacional e elevada eficácia no manejo fitossanitário.

Ao lado de fungos dos gêneros Metarhizium e Beauveria, Cordyceps, também conhecidos por Isaria sp., têm se tornado o alvo de estudos voltados ao controle de diversos insetos-praga agrícolas.

O gênero Cordyceps foi amplamente divulgado como sendo um fungo capaz de transformar insetos em “zumbis”, especialmente formigas. Trata-se de um microrganismo extremamente interessante e repleto de potencial para o manejo de pragas.

Ficou curioso?! Então continue a leitura deste artigo para saber mais sobre a fascinante biologia de Cordyceps, mais especificamente de Cordyceps fumosorosea, espécie que já é comercializada para o manejo de insetos-praga no Brasil.

Acompanhe!

O que é Cordyceps? Ou Isaria fumosorosea?

Quando ouvimos falar de Cordyceps, já vem logo à mente aquela imagem famosa de uma formiga “zumbi” (Figura 1). Se trata de um gênero de fungos ascomicetos, pertencentes à família Cordycipitaceae, que colonizam insetos e outros artrópodes. São, por isso, considerados fungos entomopatogênicos.

formiga zumbi atacada por Cordyceps
Figura 1. Formiga em estado terminal pós contaminação por Ophiocordyceps unilateralis. Foto: Dr. Morley Read.

O gênero Cordyceps foi descoberto em 1859 pelo naturalista britânico Alfred Russel Wallace ao observar que formigas da tribo Componotini, infectadas pelo fungo, deixavam seu formigueiro e apresentavam padrão comportamental alterado, influenciado pela necessidade de disseminação dos esporos fúngicos.

Atualmente, o gênero possui mais de 400 espécies descritas. Contudo, estudos moleculares mais recentes indicam que o grupo é polifilético, portanto, não possui apenas um ancestral comum para todos os indivíduos. Desta forma, Cordyceps, no sentido amplo,está sendo desmembrado em quatro gêneros: Cordyceps, Ophiocordyceps, Metacordyceps e Elaphocordyceps.

Cada espécie de Cordyceps é, geralmente, especializada em um tipo de inseto ou artrópode. Comum em florestas tropicais, Ophiocordyceps unilateralis, por exemplo, ataca, preferencialmente, formigas do gênero Camponotus. Já Cordyceps sinensis, espécie reconhecida por suas propriedades medicinais, cresce, exclusivamente, em lagartas, frequentemente encontradas na região dos Himalaias.

Ao contrário do que foi retratado pela ficção científica, na série The Last of Us, da HBO Max, fungos do gênero Cordyceps não infectam humanos. Para fazê-lo, tais fungos teriam que ser capazes de penetrar o corpo humano, tolerar temperaturas acima de 35 °C, além de apresentar resistência ao nosso sistema imunológico.

Uma vez que tais fungos evoluíram para infectar artrópodes e não mamíferos, para infectar humanos, o fungo teria que passar por milhões de anos de alterações/mutações genéticas. E a realidade hoje é bem distante disto: o consumo de algumas espécies de Cordyceps pode até ser benefíco, sendo comercializadas na forma de suplementos e medicamentos por possuírem propriedades anti-inflamatórias, antitumorais, imunomoduladoras, hepatoprotetoras e nefroprotetoras.

Na agricultura, os fungos Cordyceps têm sido amplamente estudados devido à capacidade de ser utilizado para o controle de pragas agrícolas em extensas áreas de cultivo. Vejamos, com mais detalhes, o porquê de sua importância para o manejo de pragas nos tópicos a seguir.

Controle biológico com Cordyceps fumosorosea

Antes de adentrarmos no tema, é preciso explicar que existe uma certa confusão quanto à nomenclatura de Cordyceps fumosorosea. Anteriormente conhecida por Paecilomyces fumosoroseus, a espécie passou por inúmeras mudanças em sua classificação taxonômica devido a estudos moleculares e filogenéticos.

Com o avanço das pesquisas, espécies de Paecilomyces sp. patogênicas a artrópodes foram agrupadas no gênero Isaria. Mais recentemente, em 2017, a partir de uma análise multigênica, a maior parte destas espécies foi então transferida para o gênero Cordyceps. Portanto, todos estes nomes se referem-se à mesma espécie: Cordyceps fumosorosea (Figura 2).

Micélio do fungo isaria fumosorosea ou Cordyceps fumosorosea.
Figura 2. Micélio de Cordyceps fumosorosea. Fonte: Mycelia.

Confusão esclarecida, vamos então ao modo de ação de C. fumosorosea e a importância deste fungo para o controle biológico de pragas.

A biologia de Cordyceps sp. é fantástica, não é à toa que inspirou muitas estórias de ficção científica ao redor do mundo. Tais microrganismos infectam o corpo de seus hospedeiros e controlam suas funções motoras, conduzindo o artrópode até um local propício para o desenvolvimento do fungo e posterior dispersão de esporos para infectar novos hospedeiros.

Este processo recebe o nome de parasitismo simbiótico, uma vez que o fungo e o artrópode “trabalham” juntos para garantir a sobrevivência do próprio fungo parasita.

Locais adequados ao desenvolvimento do fungo são geralmente locais com temperatura e umidade ideais para o desenvolvimento da espécie, com exposição ao vento. Ao chegar neste local, o hospedeiro se fixa e a incubação do fungo pode levar de 3 a 5 dias até que este lance seus esporos no ar.

Os fungos entomopatogênicos são considerados generalistas, o que é devido ao seu modo de ação: aderem-se ao tegumento de insetos e ácaros e iniciam a germinação de conídios, em seguida, liberam enzimas e metabólitos que reduzem a mobilidade do hospedeiro e o levam à morte. Sequencialmente, os fungos colonizam toda a parte externa do artrópode e esporulam.

As interações com o hospedeiro são influenciadas por condições ambientais como temperatura, umidade, radiação UV, luz, fatores nutricionais e a susceptibilidade do hospedeiro.

No caso de Cordyceps fumosorosea, os insetos e ácaros colonizados por este fungo se tornam rígidos e cobertos por uma camada de conídios de tons rosáceos e visível a olho nu. Todo o processo infeccioso ocorre em até 12 dias após o encontro com o hospedeiro, a depender das condições climáticas.

A especificidade de Cordyceps sp. varia entre espécies, mas também, entre cepas isoladas de uma mesma espécie de fungo. Cada cepa possui características únicas, como a sua capacidade de infectar determinadas espécies de insetos ou ácaros, resistência a condições ambientais adversas e a sua eficácia no controle biológico.

Cordyceps fumosorosea é um dos fungos entomopatogênicos mais conhecidos do mundo. É conhecido, especialmente, por sua capacidade de controlar uma elevada gama de pragas e sintetizar diversos compostos biologicamente ativos, como as beauvericinas, beauverolidas, cefarospirolídeos, tricocarnanos, fumosorinona, dentre outros.

Pragas-alvo controladas por Cordyceps fumosorosea

A espécie Cordyceps fumosorosea tem sido amplamente utilizada para o manejo de diversas pragas em várias culturas.Nos citros, por exemplo, tem entregado uma eficiência superior a 80% na mortalidade do psilídeo Diaphorina citri (Figura 3), praga mais importante no cultivo de citros atualmente.

Psilídeo do citros morto por cordyceps ou isaria fumosorosea
Figura 3. Psilídeo Diaphorina citri morto pelo Fungo Cordyceps fumosorosea.
Foto: M. R. Conceschi | Esalq, USP.

Além disso, possui eficiência de controle contra outras pragas dos citros, como o ácaro-da-leprose (Brevipalpus yothersi), o ácaro-purpúreo (Panonychus citri), a mosca-negra-dos-citros (Aleurocanthus woglumi), e o pulgão-preto-dos-citros (Toxoptera citricida).

Embora possua um modo de ação complexo e completamente diferente dos inseticidas utilizados atualmente, estudos em laboratório demonstraram que, mesmo após 8 dias da aplicação, uma dose de 200 mL/100L de água do inseticida microbiológico ‘Isaria fumosorosea Cepa ESALQ 1296’ apresentou eficiência de controle de mais de 90% para o ácaro-da-leprose, assemelhando-se à eficiciência entregue pelo inseticida espirodiclofeno, para a cultura dos citros.

Além das espécies citadas acima, micoinseticidas à base de Cordyceps fumosorosea também são recomendados para o controle de:

  • mosca-branca (Bemisia tabaci),
  • cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata),
  • cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis),
  • Lagarta Helicoverpa (Helicoverpa armigera),
  • psilídeo-de-concha (Glycaspis brimblecombei),
  • tripes (Frankliniella schultzei),
  • cochonilha-branca (Planococcus citri), dentre outras espécies de cochonilha, tripes e ácaros.

Bioinsumos à base de Cordyceps fumosorosea

Atualmente, segundo a plataforma do AGROFIT, existem mais de 10 formulações à base de Isaria fumosorosea (Cordyceps fumosorosea) para comercialização no Brasil. Alguns produtos disponíveis como o Challenger®, Octane® (Koppert) e o Tec Isaria® (Solubio), são recomendados para aplicação em qualquer cultura com ocorrência dos alvos biológicas.

Além disso, algumas condições são recomendadas para a pulverização, são elas: temperatura média abaixo de 30 ºC, URA acima de 55%, velocidade do vento entre 3 a 10 km/h, e manter o pH entre 5 a 8,5 dentro do tanque de mistura. É válido ressaltar que tais bioinsumos são compatíveis com a maior parte dos inseticidas, fungicidas e fertilizantes, com exceção para produtos cúpricos.

Benefícios e desafios do uso de Cordyceps fumosorosea

O fungo Cordyceps fumosorosea é de fácil produção em larga escala, possui uma rápida taxa de crescimento e pode iniciar a produção de esporos em um curto intervalo de tempo. É um micoinseticida altamente eficaz e econômico devido a ampla gama de hospedeiros que controla, baixo custo de produção e segurança para humanos e demais organismos não-alvo.

Um outro benefício muito importante atrelado ao uso de fungos entomopatogênicos como C. fumosorosea é o fato de que, devido ao seu complexo modo de ação, se configura como uma ferramenta mais duradoura no manejo de pragas por ser menos provável de selecionar insetos-praga resistentes.

Entretanto, podem haver complicações ao se utilizar produtos à base de C. fumosorosea, uma vez que, após a sua aplicação, o fungo requer algumas condições específicas para infectar a praga-alvo, e é facilmente afetado por agentes abióticos. Portanto, há uma necessidade de desenvolvimento de formulações que garantam a viabilidade dos esporos fúngicos e, consequentemente, a eficácia do agente microbiológico a campo.

Alguns estudos sugerem que o nanoencapsulamento de fungos entomopatogênicos podem proteger os conídios de misturas de tanque, viabilizando os procedimentos operacionais para os produtores, além de conferir maior resistência ao bioinsumo contra condições ambientais adversas.

Conclusões

Impulsionada pela baixa disponibilidade de novos ativos e elevada demanda por práticas agrícolas sustentáveis, a constante busca por estratégias alternativas no controle de pragas é hoje uma realidade para a agricultura brasileira e mundial.

Diante deste cenário, o controle biológico com Cordyceps contribui para a preservação dos inimigos naturais e a minimização de impactos ambientais, proporcionando uma abordagem sustentável e eficaz dentro do manejo integrado de pragas agrícolas.

Por outro lado, ainda são necessárias mais pesquisas a fim de superar desafios e maximizar o potencial de utilização de fungos entomopatogênicos na agricultura.

—

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Referências

BORTOLETTO, J. Controle biológico com Cordyceps (Isaria). Revista Citricultura Anual, n° 141. Disponível em: <https://www.gconci.com.br/revistas-citricultura-atual>. Acesso em: 28 nov. 2024.

CHHIPA, H. Crop Protection Potential of Entomopathogenic Cordyceps. Advances in Cordyceps Research: Prospects and Avenues, p. 279, 2024.

Sobre a autora:

Gabryele Silva Ramos

Doutoranda em Entomologia (ESALQ/USP)

  • MBA em Marketing (ESALQ/USP)
  • Mestre em Proteção de Plantas (UNESP/Botucatu)
  • Engenheira Agrônoma (UFV)
  • [email protected]
  • Perfil do Linkedin
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Como citar este artigo:

RAMOS, G.S. Controle biológico de pragas com Isaria fumosorosea (atualmente Cordyceps fumosorosea). Blog Agroadvance. 2024. Disponível em: https://agroadvance.com.br/blog-isaria-fumosorosea-cordyceps-fumosorosea/. Acesso: xx Xxx 20xx.

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