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Turismo rural e Agroturismo: o que é, diferenças, benefícios e exemplos

Você conhece o turismo rural? Descubra seus benefícios, saiba a diferença do agroturismo, veja exemplos reais e entenda como começar para valorizar sua propriedade.
  • Publicado em 08/10/2025
  • Gabriele Tarley
  • Agronegócio, Sustentabilidade
  • Publicado em 08/10/2025
  • Gabriele Tarley
  • Agronegócio, Sustentabilidade
  • Atualizado em 07/10/2025
turismo rural e agroturismo
Sumário

Em tempos de inteligência artificial e rotinas cada vez mais digitais, cresce,  em parte da população, o desejo de se reconectar com o essencial: a terra, o alimento, o silêncio e as tradições que moldaram a vida no campo. E é justamente nesse contexto que entram o turismo rural e o agroturismo, atividades que resgatam o contato humano e a valorização da cultura agrícola.

O turismo rural é capaz de unir a produção agrícola e o lazer, criando uma ponte entre o conhecimento tradicional e as novas demandas de um público que busca experiências autênticas, sustentáveis e transformadoras. Mais do que um simples passeio, essa modalidade representa um reencontro com as origens e uma oportunidade de desenvolvimento para as famílias rurais.

Já no agroturismo, o visitante é integrado ao cotidiano produtivo da propriedade. Mais do que observar, o turista participa: colhe, planta, ordenha, aprende. Vive, por alguns dias, a rotina que sustenta o alimento na mesa e a identidade de tantas famílias brasileiras.

Ao unir tradição, natureza e aprendizado, o turismo rural consolida-se como uma alternativa econômica e culturalmente relevante; um elo entre passado e futuro, entre campo e cidade, entre quem produz e quem consome.

O que é turismo rural?

Quando pensamos em turismo rural, é comum que cada pessoa imagine algo diferente: para alguns, a ideia remete ao descanso em uma fazenda; para outros, ao contato direto com a natureza ou às tradições culturais do interior.

Mas afinal, o que realmente significa turismo rural? A Organização Mundial do Turismo (UNWTO) — referência internacional em políticas para o setor — ajuda a organizar esse conceito:

“O turismo rural é um tipo de atividade turística na qual a experiência do visitante está relacionada a uma ampla gama de produtos geralmente ligados à natureza, agricultura, estilo de vida e cultura rural, pesca esportiva e passeios turísticos. Essas atividades acontecem em áreas não urbanas (rurais), caracterizadas por: 

  1. baixa densidade populacional, 
  2. paisagem e uso da terra dominados pela agricultura e silvicultura e 
  3. estrutura social e estilo de vida tradicionais.”

E se tem um país que combina com essa definição, é o Brasil. O país é dono de vastas áreas rurais, altamente produtivas e reconhecidas no mundo todo pela agricultura. Isso coloca o Brasil em destaque como um dos lugares mais promissores para o desenvolvimento do turismo rural.

Mas é importante deixar claro: nem toda atividade no campo pode ser chamada de turismo rural. Esse segmento nasceu do agroturismo e das hospedagens em fazendas, mas foi além. Hoje, ele está muito ligado a experiências autênticas da vida no campo: desde acompanhar a lida diária até explorar a natureza local. Normalmente acontece em pequena escala e, em grande parte dos casos, é tocado por famílias e pequenos empreendedores.

E os benefícios são evidentes. O turismo rural pode aumentar a renda das propriedades, gerar empregos, manter serviços funcionando no interior e ainda reduzir o êxodo rural. Em outras palavras: ajuda a manter a vida pulsando fora dos grandes centros urbanos.

Claro que não dá para ignorar os desafios. Mesmo assim, o turismo rural é visto como uma oportunidade estratégica para o Brasil. Ele não só fortalece a economia das áreas rurais, mas também valoriza a agricultura familiar, cria perspectivas para as comunidades e abre espaço para que produtores encontrem oportunidades sem precisar sair da sua terra.

O que é agroturismo e como ele se diferencia do turismo rural?

Quando falamos em experiências no campo, esses dois termos costumam aparecer lado a lado. À primeira vista, podem parecer sinônimos, mas a literatura mostra que existem diferenças importantes entre eles.

O agroturismo surgiu na Europa nos anos 1970, em meio ao declínio da agricultura, como forma de diversificar a renda. Muitas famílias passaram a receber visitantes em suas fazendas, oferecendo hospedagem e permitindo que participassem da rotina: colher frutas, acompanhar a ordenha, preparar alimentos ou conhecer a produção artesanal.

Como explica Tulik (2003), o agroturismo acontece quando a fazenda continua ativa e sob gestão familiar, com o envolvimento direto do produtor. O visitante não é apenas espectador: ele participa do dia a dia agrícola.

Com o tempo, esse modelo se expandiu e deu origem a algo maior: o turismo rural. Se no começo estava restrito às fazendas, hoje engloba uma diversidade de experiências no espaço rural: hospedagens em pousadas, gastronomia típica, artesanato, festividades culturais, passeios a cavalo, trilhas e até iniciativas de lazer organizadas por empreendedores que não estão ligados diretamente à produção agrícola.

Campanhola e Graziano da Silva (2000) reforçam esse ponto ao destacar que o turismo no meio rural funciona como um guarda-chuva amplo, que pode abrigar o agroturismo, mas também muitas outras formas de vivência ligadas à natureza, à cultura e ao estilo de vida do campo.

Essa distinção não é apenas teórica. Ela ajuda a entender o papel de cada atividade no desenvolvimento local. Enquanto o agroturismo valoriza e complementa a produção agropecuária, gerando renda extra e mantendo vivas as práticas da agricultura familiar, o turismo rural abre espaço para diferentes arranjos produtivos e culturais, ampliando as oportunidades econômicas e sociais das comunidades rurais.

Em resumo: todo agroturismo é turismo rural, mas nem todo turismo rural é agroturismo. O primeiro está diretamente ligado à fazenda e ao trabalho agrícola; o segundo é mais abrangente e dialoga com tudo aquilo que faz parte da vida no campo.

abrangência de turismo rural e agroturismo
Figura 1. Pirâmide de abrangência dos temos relacionados com turismo. Fonte: Souza (2019).

Quais são os tipos e pilares do turismo rural?

Já deu para perceber que o turismo rural é muito mais do que apenas visitar o campo, reunindo diferentes formas de vivenciar a vida fora das cidades e se apoiando em alguns fundamentos que garantem autenticidade às experiências. 
 
E para que essa experiência seja realmente autêntica, existem fundamentos que servem como base. Por isso, antes de seguir, vale olhar para dois pontos: os tipos de turismo que acontecem no espaço rural e os pilares que dão sustentação a essa prática. 

Tipos ou segmentos do turismo no espaço rural 

De forma ampla, o que se chama de Turismo no Espaço Rural inclui todas as atividades turísticas realizadas em áreas não urbanas. Isso pode envolver desde ecoturismo, turismo de aventura, turismo de negócios, turismo cultural até práticas esportivas. Mas nem tudo o que acontece no campo pode ser considerado “turismo rural” de verdade.

Um exemplo claro é o de propriedades com estruturas de lazer, espaços para eventos ou atividades de aventura, que recebem visitantes apenas por estarem localizadas em áreas rurais. Essas atividades poderiam acontecer em um espaço urbano sem perder sua essência, e por isso se enquadram como Turismo no Espaço Rural, mas não como Turismo Rural propriamente dito.

Já o Turismo Rural é mais específico. Imagine um hotel fazenda, em que o atrativo principal não é apenas a hospedagem, mas a vivência da ruralidade: o contato com a paisagem, o modo de vida no campo e a rotina rural. Nesse caso, existe comprometimento com a cultura e com a identidade do meio rural, e por isso ele se caracteriza como Turismo Rural.

Dentro dessa lógica, entra também o Agroturismo. Um bom exemplo seria uma propriedade que produz morangos ou queijos artesanais e recebe turistas interessados justamente em acompanhar e participar desse processo produtivo. Aqui, o turismo está diretamente ligado à produção agrícola e ao cotidiano rural.

Por fim, quando essa mesma propriedade pertence a agricultores familiares, seguindo os critérios da Lei 11.326, ela passa a oferecer também o Turismo Rural na Agricultura Familiar (TRAF). Nesse caso, o vínculo não é apenas com a produção, mas também com a valorização da organização familiar no campo, tornando a experiência ainda mais autêntica.

Esses exemplos ajudam a entender os tipos de turismo no espaço rural e como eles se diferenciam entre si. Embora todos estejam dentro do grande guarda-chuva do Turismo no Espaço Rural, somente aqueles que preservam a identidade, a produção e o modo de vida rural se encaixam no conceito mais restrito de Turismo Rural.

representação do agroturismo dentro de turismo rural
Figura 2. Representação do Turismo Rural. Fonte: Elaborado a partir de Krahl (2003) e Roque (2001).

Pilares do turismo rural 

Se os tipos ajudam a classificar o que existe, os pilares do turismo rural explicam o que torna a atividade autêntica. De acordo com as diretrizes do Ministério do Turismo, são cinco os principais pilares:

  1. Atividades turísticas no meio rural – o turismo rural existe quando há oferta de experiências conectadas ao campo, como hospedagem, alimentação típica, eventos ou visitas a propriedades.
  2. O meio rural como território – a identidade rural deve estar presente: agricultura, trabalho familiar, valores comunitários e a valorização da vida fora das cidades.
  3. Comprometimento com a produção agropecuária – não há turismo rural sem vínculo real com a terra. A produção, grande ou pequena, precisa permanecer ativa e integrada à experiência.
  4. Agregação de valor a produtos e serviços – o campo se fortalece quando transforma sua produção em experiências únicas, como gastronomia, artesanato ou oficinas ligadas ao saber local.
  5. Resgate e promoção do patrimônio cultural e natural – preservar tradições, festas, música, arquitetura e paisagens não é opcional: é o que garante autenticidade e diferencia o turismo rural de qualquer outro.

Além desses pilares, há também características práticas que ajudam a identificar um verdadeiro empreendimento de turismo rural:

  • Escala: em geral, o turismo rural acontece em pequena escala, com atendimento personalizado, sem filas ou aglomerações, o que garante menor impacto ao meio ambiente.
  • Localização: costuma estar em propriedades situadas em áreas aprazíveis, cujas paisagens reforçam o imaginário rural em contraste ao urbano.
  • Atividades agropecuárias: a manutenção das práticas produtivas e dos costumes ligados à agricultura é essencial, não devendo ser abandonada apenas para dar espaço ao turismo.
  • Qualidade da paisagem: envolve conservar recursos naturais (água, solo, flora e fauna), preservar a arquitetura típica, e manter cuidados nas rotinas agropecuárias de forma que o visitante possa observá-las sem descaracterizá-las, sempre presando pela sustentabilidade.
  • Aspectos culturais: a valorização das tradições, da culinária, do artesanato, das festas, das técnicas construtivas e da história local reforça a autenticidade da experiência.
  • Diversificação dos serviços: cada propriedade pode oferecer experiências diferentes, de acordo com a sua produção, sua cultura ou as particularidades da região.

Então, se a sua ideia é encaixar uma atividade dentro do turismo rural de verdade, é essencial observar esses pilares. Eles funcionam como um norte: são eles que diferenciam o turismo rural de outras práticas no campo e garantem sua autenticidade.

Exemplos de turismo rural no Brasil 

Norte: fazendas marajoaras

turismo rural nas fazendas marajoaras, norte do brasil
Fonte da foto: Turismo na Ilha de Marajó – Natureza e História – Desviantes

Na Ilha do Marajó (PA), o turismo rural se mistura à vida amazônica. A região é marcada por paisagens alagadas, praias desertas e pela maior criação de búfalos do país. Ali, visitantes acompanham a produção do queijo do Marajó, passeiam de canoa nos igarapés, observam a fauna, cavalgam e experimentam pratos preparados com carne e leite de búfala.

Entre os locais abertos ao público estão a Fazenda Mironga, em Soure, que se destaca pela simplicidade do autoatendimento, além de propriedades como São Jerônimo, Bom Jesus e Nossa Senhora do Carmo, que também funciona como pousada em Salvaterra. Essas experiências ajudam a movimentar a economia local e a valorizar tradições da cultura marajoara.

Nordeste: Fazenda Carnaúba

turismo rural no brasil: fazenda carnaúba
Fonte: Fazenda Carnaúba – Taperoá PB – Queijos

No sertão da Paraíba, em Taperoá, a Fazenda Carnaúba é um verdadeiro símbolo do turismo rural nordestino. Fundada no século XVIII, atravessou gerações mantendo a pecuária adaptada ao semiárido, com raças como Guzerá, Sindi e o Curraleiro Pé Duro, além de cabras e ovelhas nativas.

Mais do que produtiva, a Carnaúba representa identidade cultural e inovação. Foi pioneira em práticas de convivência com o clima seco, como o cultivo de capins resistentes e o uso da palma forrageira, além de se destacar na produção de queijos artesanais premiados. Para quem visita, a fazenda oferece a oportunidade de viver o cotidiano sertanejo e compreender a importância da pecuária na região.

Centro-Oeste: Chapada dos Guimarães

turismo rural no brasil: chapada dos guimarães
Fonte: Chapada dos Guimarães: características – Mundo Educação

Na Chapada dos Guimarães (MT), o turismo rural se conecta ao cenário único do cerrado. Pousadas e propriedades oferecem hospedagem rústica, gastronomia típica e contato com a produção agropecuária, somados a trilhas, cachoeiras e cavernas.

Entre as referências estão a Fazenda Lagoinha, conhecida pela simplicidade e charme rural; a histórica Fazenda Buriti, tombada por preservar casarões antigos, roda d’água e capela; e a Fazenda Água Fria, onde está a Caverna Aroe Jari, um dos maiores atrativos naturais da região. Esses exemplos mostram como a atividade une natureza e vivência rural em um mesmo território.

Sudeste: Roteiro do Vinho em São Roque

agroturismo: rota do vinho em são roque / sp
Fonte: Tem que ir: Roteiro do vinho São Roque: melhores vinícolas, restaurantes e atrações

A apenas 50 km de São Paulo, São Roque é conhecida como a “terra do vinho”. A tradição vitivinícola começou no século XVII e hoje se consolidou como um dos destinos mais famosos de enoturismo do país.

O Roteiro do Vinho reúne cerca de 15 vinícolas ao longo de três estradas. Além das degustações, os visitantes podem colher uvas, acompanhar a produção e harmonizar refeições com vinhos locais. Restaurantes da região reforçam a experiência com gastronomia típica e menus sazonais durante a colheita da alcachofra, símbolo da cidade. Essa combinação de agricultura, culinária e lazer tornou São Roque referência no turismo rural paulista.

Sul: Vale dos Vinhedos

turismo rural: rota do vale dos vinhedos em bento gonçalves, no RS
Fonte: Bento Gonçalves: Rota do Vale dos Vinhedos | Mapa de Viajante

Na Serra Gaúcha (RS), o Vale dos Vinhedos é o destino de turismo rural mais famoso da região Sul. Com paisagens formadas por parreirais e colinas, preserva a tradição da imigração italiana e se consolidou como referência nacional em enoturismo.

As vinícolas oferecem degustações, visitas guiadas, harmonizações e a experiência de acompanhar a colheita da uva. Além dos vinhos, produtos coloniais como queijos, doces e geleias reforçam o vínculo com a vida rural. Mais do que um passeio, o Vale dos Vinhedos representa a integração entre cultura, agricultura e hospitalidade da Serra Gaúcha.

Como começar na prática dentro do agroturismo e turismo rural?

O agroturismo é uma oportunidade de negócio que aproveita aquilo que já existe na propriedade rural: Seja a produção agrícola, os saberes tradicionais ou as paisagens locais, transformando em experiências para os visitantes.

Para quem deseja começar, o SEBRAE preparou alguns passos iniciais são fundamentais:

1. Planejar é o primeiro passo

Antes de abrir as porteiras ao turismo, é essencial organizar as ideias. O produtor precisa refletir sobre o que deseja oferecer, qual público pretende receber e até onde pode ir com os recursos que já possui. Esse planejamento evita desperdícios e garante que o projeto comece de forma estruturada.

2. Descobrir o que a propriedade tem de especial

Toda fazenda ou sítio guarda algum diferencial. Pode ser uma horta bem cuidada, um pomar antigo, a criação de animais ou até uma bela paisagem. O segredo está em transformar essas características em experiências para os visitantes, de forma simples e autêntica.

3. Transformar a rotina em experiências

O que para o produtor é trabalho do dia a dia, para o turista pode ser uma grande descoberta. Colher frutas, tirar leite, preparar pão no fogão a lenha ou aprender sobre o cultivo local são atividades que aproximam quem vem de fora da vida no campo e geram memórias afetivas.

4. Garantir conforto com simplicidade

O turismo rural não exige luxo, mas sim cuidado. Quartos limpos, banheiros em bom estado, trilhas seguras e refeições preparadas com carinho já são suficientes para encantar. O visitante valoriza a autenticidade e o acolhimento mais do que sofisticação.

5. Criar laços com a comunidade

O sucesso do agroturismo não depende apenas de uma propriedade isolada. Quando produtores vizinhos se unem, podem formar roteiros coletivos, oferecer diferentes atividades e aumentar o tempo de permanência dos turistas na região. Todos saem ganhando.

6. Organizar as finanças com atenção

Calcular custos, definir preços e entender a capacidade de atendimento são atitudes indispensáveis. O turismo rural precisa ser sustentável também no aspecto econômico, garantindo que os ganhos justifiquem os investimentos e mantenham a atividade de pé.

7. Capacitar-se constantemente

Receber turistas exige preparo. Conhecimentos em gestão, hospitalidade, segurança alimentar e até marketing digital fortalecem o produtor. Cursos rápidos, workshops e trocas de experiência ajudam a profissionalizar o atendimento e dar confiança ao empreendedor.

8. Apostar na divulgação certa

Não basta ter uma experiência incrível se ninguém souber dela. Fotos bem-feitas, vídeos mostrando a vida no campo e postagens em redes sociais podem atrair visitantes de forma simples e barata. O boca-a-boca também continua sendo um aliado poderoso nesse segmento.

9. Busque apoio e parcerias

Várias instituições oferecem consultorias, cursos e orientações para quem deseja estruturar um negócio de turismo rural. Além de buscar esse tipo de suporte, produtores podem se unir a vizinhos ou integrar roteiros coletivos, aumentando a visibilidade e atraindo mais visitantes.

O próprio governo também tem iniciativas importantes. O Ministério do Turismo mantém o Cadastur, sistema de cadastro de prestadores de serviços turísticos que dá acesso a linhas de crédito, programas de qualificação e maior visibilidade oficial. Além disso, parcerias com órgãos como o Sebrae e a Embratur fortalecem a capacitação e a promoção do turismo rural em diferentes regiões.

Seguindo esses primeiros passos, o pequeno produtor pode transformar sua propriedade em um destino de agroturismo viável, acolhedor e sustentável sem perder a essência da vida no campo.

Perspectivas do agroturismo no Brasil

O agroturismo vem se consolidando como uma das frentes mais dinâmicas do turismo brasileiro. Mais do que um nicho, representa um caminho sustentável de desenvolvimento econômico, social e cultural para as regiões rurais. Ao unir preservação ambiental, valorização da cultura local e diversificação da renda, o setor ocupa cada vez mais espaço tanto nas políticas públicas quanto no interesse dos viajantes.

Em 2024, o Brasil recebeu 6,65 milhões de turistas internacionais — um aumento de 12,6% em relação a 2023. Esse movimento gerou mais de US$ 6,6 bilhões em receitas e cerca de 190 mil empregos formais. Embora esses números retratem o turismo nacional como um todo, eles criam um ambiente positivo também para o agroturismo, que desponta como um segmento de alto potencial.

Pesquisas confirmam essa tendência (Fonte: 2ª edição da pesquisa “Demanda Turismo Rural”, Ministério do Turismo, Rede Turismo Rural Consciente e SPRINT Dados, 2023):

  • 74% dos turistas escolhem destinos rurais pela proximidade com a natureza,
  • 73% valorizam a comida caseira,
  • 70% associam o campo à paz e tranquilidade,
  • 60% preferem trilhas e 50% buscam atividades práticas, como oficinas ou colheitas. A sustentabilidade também aparece como diferencial para 47% dos entrevistados.
  • Entre os estados mais procurados, destacam-se Minas Gerais (42%), São Paulo e Rio Grande do Sul.

O cenário ganha ainda mais força com as novas regras da Lei Geral do Turismo, sancionada em novembro de 2024, que permitiram o registro de agricultores familiares e produtores rurais no Cadastur. Essa medida garante acesso a linhas de crédito, cursos de qualificação e maior visibilidade, sem que percam sua condição de agricultores — ampliando o número de propriedades aptas a receber visitantes de forma profissional.

Casos de sucesso já ilustram o avanço do setor. Em Piedade (SP), produtores rurais formaram uma associação que reúne agricultores familiares, artesãos e guias locais. O resultado foi um roteiro coletivo diversificado, que inclui desde hospedagens em chalés até festivais de morango orgânico e pesca esportiva. Esse tipo de organização mostra que o futuro do agroturismo no Brasil está ligado à cooperação comunitária e à criatividade na oferta de experiências.

Com demanda crescente, apoio institucional e uma base cultural riquíssima, o agroturismo brasileiro se posiciona como uma oportunidade estratégica para os próximos anos. Ele não apenas movimenta a economia das regiões rurais, mas também entrega experiências autênticas, simples e acolhedoras — exatamente o que os viajantes mais procuram.

Conclusão

O turismo rural mostra que o campo brasileiro é muito mais do que produção agropecuária: é cultura, tradição, hospitalidade e oportunidade de desenvolvimento.
Ao transformar a rotina em experiência e valorizar o que há de mais autêntico na vida rural, pequenos e grandes produtores encontram novas formas de renda e ajudam a manter vivas as comunidades do interior.

Com o apoio de políticas públicas, da cooperação local e do interesse crescente dos viajantes, o setor se fortalece e abre caminhos promissores para o futuro.

Mais do que um segmento econômico, o turismo rural é uma ponte entre o urbano e o rural, entre quem produz e quem visita — e essa conexão tem o poder de gerar prosperidade e identidade para o Brasil.

O turismo rural mostra a força do campo brasileiro quando tradição e inovação caminham juntas. Mas o futuro do agro não se desenha apenas nas fazendas: ele também se decide nas mesas de negociação globais, onde mercados, capital e tecnologia se encontram.

É com esse olhar que a Agroadvance promove a Missão China 2026 — uma imersão estratégica que acontece de 10 a 19 de abril do ano que vem em Xangai e Pequim.

Ao longo de dez dias, você pode ter acesso direto a players do agronegócio chinês, visitas técnicas a empresas e fazendas que ditam o ritmo da inovação global e encontros que dificilmente cabem em relatórios ou eventos convencionais.

Clique para ter mais informações:

Referências

BRASIL. Ministério do Turismo. Boletim Turismo Rural. Brasília: Ministério do Turismo, [2023]. Disponível em: https://www.gov.br/turismo/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/programas-projetos-acoes-obras-e-atividades/rede-inteligencia-mercado/Boletim_Turismo_Rural_compressed.pdf. Acesso em: 01 Out 2025.

BRASIL. Ministério do Turismo. Turismo rural: orientações básicas. 2. ed. Brasília: Ministério do Turismo, 2010. Disponível em: https://www.gov.br/turismo/pt-br/centrais-de-conteudo-/publicacoes/segmentacao-do-turismo/turismo-rural-orientacoes-basicas.pdf. Acesso em: 15 ago. 2024.

CNABRASIL. Turismo rural: legislação e gestão de empreendimentos. [S.l.]: CNA Brasil, [s.d.]. Disponível em: https://www.cnabrasil.org.br/noticias/turismo-rural-impulsiona-economia-local. Acesso em: 01 Out 2025.

EUROPEAN PARLIAMENT. EPRS BR (2023)751464_EN. [S.l.]: European Parliamentary Research Service, 2023. Disponível em: https://www.europarl.europa.eu/RegData/etudes/BRIE/2023/751464/EPRS_BRI(2023)751464_EN.pdf. Acesso em: 01 Out 2025.

Krahl, M.F.L. Turismo Rural: conceituação e características básicas. Dissertação de Mestrado. Brasília: GEA/IH/UnB, 2003;

PORTAL SUSTENTABILIDADE. 4 destinos para fazer turismo rural no Brasil. 14 jul. 2023. Disponível em: https://portalsustentabilidade.com/2023/07/14/4-destinos-para-fazer-turismo-rural-no-brasil/. Acesso em: 01 Out 2025.

ROQUE, A. Turismo no Espaço Rural: um complexo fenômeno a ser reconhecido. Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte: UFMG, 2001.

SEBRAE. Preparando sua Propriedade Rural para o Turismo [e-book]. [S.l.]: Sebrae, [s.d.]. Disponível em: https://sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Arquivos/e-book_sebrae_Preparando%20sua%20Propriedade%20Rural.pdf. Acesso em: 01 Out 2025.

SEBRAE. Turismo rural nas fazendas marajoaras. [S.l.]: Sebrae, [s.d.]. Disponível em: https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/turismo-rural-nas-fazendas-marajoaras,e0b75e17aa136810VgnVCM1000001b00320aRCRD. Acesso em: 01 Out 2025.

SOUZA, M. Turismo Rural: conceitos, tipologias e funções. Porto Alegre: [s.n.], 2019. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/193834/001092646.pdf Acesso em: 01 Out 2025.

Sobre a autora:

Gabriele Tarley

Estagiária em MArketing na Agroadvance

  • Graduanda em Gestão Ambiental (ESALQ/USP))
  • Eletricista de Manutenção Eletroeletrônica Industrial
  • [email protected]
  • Perfil do Linkedin
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Como citar este artigo

TARLEY, G. Turismo rural x Agroturismo: o que é, benefícios, exemplos e como começar. Blog Agroadvance. Publicado em: 06 out 2025. Disponível em: https://agroadvance.com.br/blog-turismo-rural-agroturismo/. Data de acesso: 11 out. 2025.

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