A atuação das mulheres como líderes no agronegócio tem contribuído diretamente para avanços em áreas essenciais, como sustentabilidade, bem-estar animal e tecnologia, trazendo novas perspectivas e soluções para desafios complexos do setor.
Essas líderes não apenas participam da tomada de decisões, mas também influenciam a forma como o agronegócio se posiciona em um mercado que atravessa constantes mudanças.
Com suas abordagens inovadoras e focadas em eficiência, elas têm desempenhado um papel fundamental na modernização das práticas agrícolas e na conexão entre o campo e a sociedade.
O protagonismo feminino está redefinindo o setor, mostrando que o setor agrícola pode ser mais inclusivo, com benefícios que vão além das fronteiras, inspirando futuras gerações de mulheres a ocupar seu espaço e transformar a realidade do agronegócio.
Nesse artigo, você vai conhecer a história das mulheres na liderança do agronegócio e as trajetórias de 5 líderes que comandam as maiores empresas do setor, inspirando uma nova geração.
Boa leitura!
Mulheres na Liderança
A liderança feminina se destaca como força de transformação em diversos setores, demonstrando que resultados excepcionais podem ser alcançados quando a visão estratégica é guiada por valores humanos e propósitos bem definidos.
Uma das características mais notáveis das mulheres líderes é sua capacidade de alinhar metas empresariais com princípios de sustentabilidade, inovação e o bem-estar coletivo, criando um impacto que transcende os limites do ambiente corporativo.
Segundo a pesquisa Panorama Mulheres 2023, realizada pelo Talenses Group em parceria com o Insper, a participação feminina na liderança empresarial no Brasil apresentou crescimento significativo nos últimos anos.
De 2019 a 2022, a proporção de mulheres na presidência de empresas aumentou de 13% para 17%, com previsão de ultrapassar 20% em 2024. Além disso, outros cargos de liderança, como vice-presidências e conselhos, também registraram avanços (Figura 1).

O estudo ressalta que ações afirmativas têm sido essenciais para promover a equidade de gênero nos ambientes corporativos, mostrando que políticas inclusivas geram resultados positivos
Mulheres em posições de liderança tendem a trazer uma abordagem inclusiva e colaborativa para a tomada de decisões. Essa habilidade de integrar múltiplas perspectivas resulta em soluções que não apenas atendem aos objetivos econômicos das empresas, mas também promovem um progresso sustentável para as comunidades em que atuam.
Elas constroem pontes entre diferentes interesses, incentivando a criação de ambientes de trabalho mais equilibrados, diversificados e resilientes.
Empresas que valorizam a presença feminina em cargos estratégicos frequentemente colhem benefícios que vão além dos números no balanço financeiro.
Diversos estudos apontam que a inclusão de mulheres em posições de comando está associada à adoção de práticas mais éticas e sustentáveis. Isso ocorre porque, de maneira geral, essas líderes têm maior sensibilidade para reconhecer o impacto de suas decisões no longo prazo, seja no âmbito ambiental, social ou econômico.
Em um mundo cada vez mais conectado e consciente, a liderança feminina emerge como um exemplo de como alinhar prosperidade econômica e responsabilidade social.
É um modelo que inspira e redefine o que significa liderar com propósito, deixando uma marca duradoura que beneficia todos os envolvidos.
5 Empresas Gigantes do Agro Lideradas por Mulheres
Em 2024, algumas das maiores empresas do agronegócio global destacaram-se por contar com mulheres em posições de liderança, evidenciando o impacto crescente da atuação feminina no setor.
A matéria sobre a lista “Forbes Agro 100” de 2024 foi publicada pela revista Forbes Brasil e apresenta as 100 maiores empresas do agronegócio do Brasil, destacando o crescimento do setor.
O ranking foi baseado no faturamento dessas empresas e abrange diversos segmentos, como alimentos, bebidas, bioenergia, celulose e fertilizantes.
Confira aqui 5 das maiores empresas do agronegócio global que estão se destacando por terem mulheres em posições de liderança:
JBS
Setor: Proteína Animal
Receita 2023: R$363,82 bi
A JBS tem várias mulheres em posições de liderança, incluindo:
- Leila Abraham Loria: Membro do conselho de administração da JBS
- Marcela Rocha: Diretora-executiva de Assuntos Corporativos, homenageada no Prêmio Mulheres Exponenciais 2023
- Emília Raucci: Diretora de qualidade da JBS-Friboi, que falou sobre a importância da presença feminina no agronegócio
- Rita Busatto: Supervisora de produção que representa a nova geração de líderes femininas na JBS
A JBS também se aliou ao Movimento Mulheres 360, que reúne empresas para promover a diversidade e aumentar a participação feminina no ambiente corporativo.
Cargill Alimentos
Setor: Alimentos e Bebidas
Receita 2023: R$136,49 bi
A Cargill também reconhece a importância das mulheres no setor agropecuário e tem iniciativas para apoiar a diversidade e o empreendedorismo feminino.
Paula Limena ocupa o cargo de vice-presidente global de marketing. Ela é responsável pela inovação e experiência do cliente em uma das maiores empresas de agronegócio do mundo.
- Juliana Grizzi: Diretora da cadeia de suprimentos da Cargill, formada em engenharia pela USP.
- Sarah Jelken: Presidente da equipe de liderança da Rede de Mulheres Cargill (CWN) na América do Norte.
- Ana Carolina Pereira: Diretora de Recursos Humanos da Cargill Nutrição Animal e idealizadora do projeto EVA – Elas Vivem o Agro.
AMBEV
Setor: Alimentos e Bebidas
Receita 2023: 79,74 bi
Daniela Cachich é uma liderança feminina na Ambev. A empresa também tem outras mulheres em cargos de destaque, como Carla Crippa, vice-presidente de impacto e relações corporativas.
A Ambev tem um hub de inclusão produtiva, lançado em 2022, que já impactou 500 mil brasileiros. A meta é chegar a 5 milhões até 2032.
Raízen Energia
Setor: Agroenergia
Receita 2023: R$78,45 bi
Paula Kovarsky é vice-presidente de estratégia, combinando novos negócios com iniciativas de sustentabilidade em uma das maiores produtoras de energia renovável.
A Raízen, maior grupo sucroenergético do Brasil, tem atualmente 19% de mulheres em seu quadro geral de colaboradores, e esse número já é maior do que o registrado há 5 anos, quando a companhia tinha 13,8% de colaboradoras. A meta é alcançar, até 2025, ao menos 30% de mulheres em cargos de liderança.
YARA BRASIL FERTILIZANTES
Setor: Agroquímica e Insumos
Receita 2023: 18,16 bi
Rejane Souza é uma mulher líder na Yara International, empresa de nutrição de plantas, que atua como vice-presidente global de inovação.
A Yara também tem demonstrado compromisso com a igualdade de gênero, assinando uma declaração em evento da Embaixada da Noruega para fomentar a igualdade entre homens e mulheres na empresa.

Ter sucesso em mercados internacionais requer um conjunto distinto de habilidades que ultrapassam as práticas convencionais de liderança.
Entre elas, destaca-se a inteligência cultural, que envolve compreender e respeitar culturas, tradições e normas locais de negócios. Mulheres em cargos globais demonstram flexibilidade cultural e competência para navegar em ambientes multiculturais.
Além disso, habilidades como liderança colaborativa são fundamentais para a construção de equipes multinacionais bem-sucedidas, enquanto uma comunicação eficaz e a capacidade de se adaptar rapidamente, aliada à resiliência, tornam-se indispensáveis.
Essas competências são estratégicas, considerando que trabalhar na liderança de grandes corporações do agronegócio exige lidar com mudanças constantes, seja em regulamentações, dinâmicas de mercado ou contextos políticos.
Por fim, uma visão ampla e global é essencial para identificar oportunidades, mitigar riscos e antecipar tendências, promovendo uma atuação assertiva no mercado do agronegócio.
Conclusão
A ascensão das mulheres em posições de liderança no agronegócio é uma tendência que vem moldando o setor de forma profunda e transformadora.
As histórias apresentadas neste artigo ilustram como a presença feminina nos cargos mais altos tem gerado impactos positivos, seja por meio da introdução de práticas sustentáveis, inovações tecnológicas ou uma visão de negócios mais inclusiva.
Com exemplos concretos de sucesso, como os das mulheres que lideram grandes corporações do setor, fica evidente que investir em liderança feminina não é apenas uma questão de equidade, mas também uma estratégia essencial para o crescimento sustentável e a competitividade no mercado global.
Que suas trajetórias sirvam de inspiração para futuras gerações e para um agronegócio cada vez mais inclusivo e inovador.
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Referências
Talenses Group e Insper. Panorama Mulheres 2023. Disponível em:<https://www.talensesgroup.com/pesquisa/panorama-mulheres-2023>.Acesso em: 09 dez. 2024.
Forbes Brasil. Agro 100: As maiores empresas do agronegócio em 2024. Publicado em 2024.Disponível em: <https://forbes.com.br>. Acesso em: 09 dez. 2024.
Valor Econômico – Globo. A participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro. Disponível em: <https://valor.globo.com>. Acesso em: 10 dez. 2024.
WILL (Women in Leadership in Latin America) e Ipsos. Mulheres na Liderança 2023. Disponível em: <https://willlatam.org>. Acesso em: 10 dez. 2024.
Sobre a autora:

Simone Cristina Dameto
Diretora de Negócios na Agência Do Campo à Cidade
- Engenheira Agrônoma e Produtora Rural
Como citar este artigo:
DAMETO, S.C. Mulheres na liderança: as 5 maiores empresas do agro comandadas por elas. Blog Agroadvance. 2024. Disponível em: https://agroadvance.com.br/blog-mulheres-na-lideranca-empresas-do-agro/. Acesso: xx Xxx 20xx.