Neste dia 12 de outubro comemora-se o Dia do Engenheiro Agrônomo, e a Agroadvance não poderia deixar de homenagear estes profissionais que são tão importantes na busca por soluções de desafios globais que envolvem a produção de alimentos, as mudanças climáticas e a necessidade de práticas agrícolas sustentáveis.
Origem do Dia do Engenheiro Agrônomo
Há 92 anos, no dia 12 de outubro de 1933, o Decreto nº 23.196 passou a regulamentar oficialmente a profissão do engenheiro agrônomo no Brasil. Desde então, essa data foi adotada pela categoria como o dia do Engenheiro Agrônomo.
Apesar disso, muita gente também lembra o 13 de setembro como o “Dia Mundial do Agrônomo”, uma data de caráter internacional bastante divulgada em veículos do agro e instituições de ensino. Mas, aqui no Brasil, a data oficial segue sendo o 12 de outubro.
Mais do que marcar o calendário, esta data nos convida a refletir sobre a importância do engenheiro agrônomo: um profissional que combina tradição, ciência e inovação, garantindo que a agricultura brasileira continue produtiva, eficiente e sustentável.
As raízes da Agronomia no Brasil
A história da Agronomia no Brasil começa em 1875, na Bahia, com a criação da primeira escola de Agronomia, na comunidade de São Bento das Lages. Hoje, esse curso integra a Universidade Federal da Bahia, no campus de Cruz das Almas, interior do estado.
Pouco depois, em 1883, a segunda escola foi fundada em Pelotas, no Rio Grande do Sul, atualmente vinculada à Universidade Federal de Pelotas. Essas duas instituições iniciais surgiram ainda durante o período imperial, refletindo os interesses da aristocracia agrária, preocupada com a formação de mão de obra para manter as estruturas produtivas, mais do que com o desenvolvimento científico do país.
Outro marco importante na história do ensino de Agronomia foi a criação, em 1901, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), em Piracicaba, São Paulo. Reconhecida até hoje como uma das mais importantes instituições de formação agrícola do Brasil, a ESALQ contribuiu de maneira decisiva para a consolidação da Agronomia moderna, combinando pesquisa, inovação e extensão rural.
O ensino de Agronomia só foi regulamentado oficialmente em 1910, pelo Decreto nº 8.319, de 20 de outubro, que disciplinava a formação dos cursos e a preparação de profissionais para atuar na agricultura. Importante destacar: esse decreto tratava do ensino, mas não regulamentava oficialmente a profissão de engenheiro agrônomo.
Foi apenas em 12 de outubro de 1933, com a publicação do Decreto nº 23.196, que a profissão foi oficialmente regulamentada, conferindo validade legal ao título de engenheiro agrônomo e definindo seus direitos e deveres profissionais.
Até o momento da regulamentação da profissão em 1933, os profissionais recebiam título tanto de Agrônomo quanto de Engenheiro Agrônomo. Contudo, em 1946, a partir do Decreto n.º 9.585, estabeleceu-se que o título seria de “Engenheiro Agrônomo” para todos os profissionais em Agronomia.
Na década de 1970, a agricultura brasileira passou por uma transformação tecnológica profunda, impulsionada pelos pacotes tecnológicos da Revolução Verde, que priorizavam culturas de exportação e transformavam a agricultura em um subsetor da agroindústria, processo conhecido como modernização da agricultura.
Nesse período, o ensino da Agronomia também foi transferido do Ministério da Agricultura para o Ministério da Educação e Cultura, por meio do Decreto nº 60.731, de 19 de maio de 1967, aproximando a formação profissional da dimensão acadêmica e científica.
Atualmente, o Brasil conta com mais de 400 cursos de Agronomia ativos, formando profissionais que seguem a tradição de unir conhecimento técnico, ciência e inovação para o campo brasileiro.
De acordo com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), atualmente existem cerca de 146 mil profissionais registrados no Sistema Confea/Crea que atuam como engenheiros agrônomos ou engenheiros florestais no Brasil.
O que faz o engenheiro agrônomo?
Muita gente acha que o engenheiro agrônomo só serve para recomendar adubo ou defensivo. Mas quem vive o dia a dia no campo sabe que o papel vai muito além. Ele acompanha todas as fases da produção:
- Planejamento: entender o solo, o clima, a cultura e definir a melhor estratégia de cultivo.
- Implantação: orientar o plantio, desde a escolha da semente até o arranjo do espaçamento.
- Monitoramento: avaliar pragas, doenças, nutrição e ajustar o manejo sempre que necessário.
- Colheita: indicar o momento certo e técnicas que reduzem perdas e maximizam o resultado.
Ele é responsável por auxiliar o produtor rural nas tomadas de decisões que irão guiar o sucesso da lavoura.
Além disso, muitas outras atribuições que englobam diversas áreas podem ser creditas a um engenheiro agrônomo (Figura 1). Para discorrer isso caberia um outro artigo.

O equilíbrio entre tradição e inovação
Mesmo diante de tanta tecnologia, a essência do engenheiro agrônomo continua ligada à observação da natureza. A rotação de culturas, a preservação da fertilidade do solo e o respeito ao calendário agrícola são práticas tradicionais que permanecem válidas.
O que muda é a forma como essas práticas são aplicadas: hoje, com auxílio de softwares, sensores e inteligência artificial, mas sempre partindo da mesma lógica — cuidar da terra para que ela continue produzindo.
As competências que fazem a diferença para o engenheiro agrônomo
Ser engenheiro agrônomo não é só ter um diploma; é desenvolver competências que, no campo, fazem toda a diferença. Algumas delas:
- Visão estratégica: olhar além da lavoura, entendendo mercado, logística e custos de produção.
- Atualização constante: dominar ferramentas como drones, agricultura de precisão e bioinsumos.
- Sustentabilidade: conciliar produtividade com cuidado ao solo, à água e à biodiversidade.
- Comunicação: traduzir a linguagem científica em recomendações práticas para o produtor.
- Resiliência: lidar com imprevistos como seca, pragas e oscilações de mercado sem perder o rumo.
O futuro da profissão
O engenheiro agrônomo do futuro já está em construção. Ele será cada vez mais multidisciplinar, integrando conhecimentos de tecnologia, economia, gestão e meio ambiente. Tendências como a rastreabilidade da produção, a digitalização do campo e o uso de bioinsumos já fazem parte da rotina.
O desafio continuará ser produzir mais, de forma eficiente e sustentável, atendendo a uma população crescente e exigente quanto à qualidade dos alimentos e ao impacto ambiental da produção.
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Referências:
CREA-TO. Dia do Engenheiro Agrônomo: cultivando esperança, do Tocantins para todo Brasil. CREA-TO, 12 out. 2024. Disponível em: https://crea-to.org.br/dia-do-engenheiro-agronomo-cultivando-esperanca-do-tocantins-para-todo-brasil/. Acesso em: 10 out. 2025.
GOMES CORDEIRO, N. 12 de Outubro: Dia do Engenheiro Agrônomo. Mata Nativa, 12 out. 2021. Disponível em: https://matanativa.com.br/12-de-outubro-dia-do-engenheiro-agronomo/. Acesso em: 10 out. 2025.
Sobre a autora:

Beatriz Nastaro Boschiero
Especialista em Conteúdo na Agroadvance
- Pós-doutora pelo CTBE/CNPEM e CENA/USP
- Mestra e Doutora em Solos e Nutrição de Plantas (ESALQ/USP)
- Engenheira Agrônoma (UNESP/Botucatu)
Como citar este artigo:
BOSCHIERO, B.N. 12 de outubro: Dia do Engenheiro Agrônomo. Blog Agroadvance. Publicado em: 12 Out 2025. Disponível em: https://agroadvance.com.br/blog-12-de-outubro-dia-do-engenheiro-agronomo/. Acesso em: 14 out. 2025