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‘INTACTA2 XTEND’: tecnologia I2X e a revolução da soja no mercado brasileiro

Descubra a inovadora tecnologia I2X da Bayer, que promete soluções avançadas para sojicultores. Conheça a resistência a lagartas e a tolerância ao herbicida dicamba da soja INTACTA2 XTEND. Saiba mais sobre as recomendações e cuidados na aplicação do dicamba. Leia o artigo completo e fique por dentro dessa revolução na produção de soja.

A tecnologia I2X: INTACTA2 XTEND

A multinacional alemã Bayer está lançando a tecnologia da soja INTACTA2 XTEND (I2X) para a safra de 2021/22 no mercado agrícola brasileiro. A tecnologia, que também é conhecida como I2X, foi apresentada mundialmente no ano de 2017 e já está em uso nos Estados Unidos desde 2019.

No Brasil, a tecnologia foi aprovada pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) em 2018. Ademais, após um longo processo de revisão e aprovação, a tecnologia obteve a certificação de segurança da Comissão da União Europeia.

A plataforma I2X promete aos sojicultores um conjunto de soluções que incluem biotecnologias de última geração e com genética avançada.

A plataforma I2X oferece proteção contra as seis principais lagartas da cultura da soja:

  • lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens),
  • lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis),
  • broca-das-axilas (Crocidosema aporema),
  • lagarta-das-maçãs (Chloridea virescens),
  • além da proteção adicional contra as lagartas Helicoverpa armigera e Spodoptera cosmioides.

A proteção contra essas lagartas é proveniente de três diferentes proteínas que atuam simultaneamente, a proteína Cry1Ac, utilizada desde as tecnologias anteriores, somada a duas novas proteínas: Cry1A.105 e Cry2Ab2.

Entre as biotecnologias da soja I2X, destaca-se a novidade da tolerância a um herbicida auxínico, o dicamba.

A oportunidade da utilização desse herbicida na cultura da soja vem com a necessidade do manejo de plantas daninhas de difícil controle e que já não são bem controladas pelo glyphosate, especialmente a buva (Conyza spp.), o caruru (Amaranthus spp.), a corda-de-viola (Ipomoae spp.) e o picão-preto (Bidens pilosa). No entanto, a aplicação desse herbicida requer maior atenção do produtor devido aos problemas que podem ocasionar em aplicações malfeitas ou negligentes.

Aplicação de dicamba

Como forma de garantir a maior segurança na aplicação do dicamba, a Bayer apresentou no Brasil recomendações específicas para a utilização do herbicida.

Foi criado um sistema de treinamento de aplicadores, conscientizando e instruindo-os para uma aplicação mais assertiva e com menor riscos. A saber, pode-se acessar a plataforma de treinamento pelo site https://i2xlab.skore.io ou na plataforma da Bayer.

A utilização do dicamba para a soja I2X é recomendada para o pré-plantio e em aplicação em pós-emergência.  Anteriormente, o dicamba já era recomendado para aplicações de pré-plantio, porém era necessário um período de 30 a 60 dias entre a aplicação do dicamba e o plantio da soja.

Agora, aos produtores que utilizarem a cultura tolerante ao herbicida, não será necessário esperar o tempo de segurança e ainda há a possibilidade de aplicar em pós-emergência. Lembrando que a aplicação ideal do dicamba é em situações com plantas daninhas de até 10 cm de altura.

Cuidados na tecnologia de aplicação do dicamba

Um dos grandes entraves na aplicação de dicamba é a deriva e alta volatilidade, especialmente nas formulações a base de amônio e isopropilamina. No entanto, com o avanço das tecnologias, hoje existem formulações de dicamba com sal de DGA associada a adjuvantes redutores de deriva e volatilidade, auxiliando na aplicação.

Com isso, na plataforma I2X, é recomendável que se utilize o adjuvante XTEND PROTEC, agente importante na redução da volatilidade e da deriva. Além do adjuvante, é recomendado a limpeza dos pulverizadores seguindo a tríplice lavagem, evitando que haja qualquer resíduo do produto nos pulverizadores.

Outro ponto importante na aplicação do dicamba é o uso de pontas de pulverização específicas. Com o avanço na tecnologia da aplicação, surgiram novas pontas capazes de produzir gotas de tamanho extremamente grossas a ultragrossas.

Dentre estas, destaca-se as pontas Pentair Hypro Ultra Lo-Drift MaxTM (ULDM), Teejet Turbo Induction (TTI), Magnojet Magno Ultra Grossa (MUG). Todas essas pontas apresentam a tecnologia de indução de ar, que permite a inserção de bolhas de ar dentro das gotas, responsável pelo aumento no tamanho (diâmetro mediano volumétrico, ou DMV) das gotas produzidas.

Além disso, a indução de ar torna-as mais pesadas, diminuindo, assim, o risco de carregamento para áreas vizinhas e aumentando a velocidade com que atinge o alvo.

Atrelado as pontas de pulverização, a empresa alemã recomenda aplicações com volume de calda entre 100 e 150 L/ha. O intuito aqui é evitar aplicações com baixos volumes, que tem se tornado cada vez mais comum em aplicações de herbicida, evitando o aumento da pressão de trabalho e da velocidade de aplicação.

A maior pressão de trabalho implica  em maior pulverização das gotas, ou seja, redução do tamanho e maior produção de gotas mais finas, propensas a deriva. Além disso, maiores velocidades de deslocamento estão mais propensas à ação do vento e carregamento para fora da área, sendo de grande importância a correta adequação da altura de barra com relação ao alvo.

De modo geral, é recomendado aplicações em no máximo 25 km/ha e deve-se observar uma altura de barra de no máximo 50 cm do alvo.

Um dos pontos mais importante a se atentar na aplicação de dicamba é a ocorrência da inversão térmica, na qual há o risco de suspensão de gotas menores na camada de ar que podem ser posteriormente carregadas a longas distâncias e em áreas vizinhas. Nesse sentido, deve-se evitar os horários de maior ocorrência e as condições climáticas mais adequadas.

Recomenda-se a aplicação do dicamba com velocidade do vento entre 3 e 10 km/ha, temperatura menor que 30oCe umidade relativa maior que 55%. Em outro artigo aqui do nosso blog temos mais informações sobre a inversão térmica e outros efeitos climáticos na tecnologia de aplicação (https://agroadvance.com.br/como-o-clima-pode-afetar-a-tecnologia-de-aplicacao-de-herbicidas/).

Finalmente, o produtor que utilizar a plataforma I2X deverá estar atento à distância mínima de aplicação de 50 metros entre as áreas aplicadas e culturas suscetíveis. Essa recomendação é importante durante todas as safras, mas tem efeito especial nesse início da utilização da tecnologia, momento em que haverá grande variação entre as tecnologias utilizadas no campo e com grande quantidade de soja suscetível ao dicamba.

Nos Estados Unidos, onde a plataforma já está sendo utilizada, podemos observar um período de certa tensão por conta das derivas às áreas vizinhas e conflitos entre os produtores (NALC, 2020). No entanto, até o momento, as aplicações e treinamentos estão sendo bem regulamentados para garantir a melhor utilização dessa plataforma.

Considerações finais

A nova tecnologia INTACTA2 Xtend (I2X) aparece como uma grande oportunidade para os sojicultores brasileiros, criando soluções para alguns entraves importantes da cultura. Dentre esses entraves destaca-se o controle de algumas plantas daninhas de difícil controle com a inclusão do herbicida dicamba na plataforma.

Entretanto, os produtores deverão estar atentos as aplicações desse herbicida, seguindo as recomendações de aplicação e as normas de segurança, garantindo menor chance de deriva possível. As boas práticas na tecnologia de aplicação serão fundamentais para a sustentabilidade dessa tecnologia e de outras que estão por vir. 

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Referências

BAYER. Plataforma Intacta2 Xtend, 2020. Acesso em: https://plataformaintacta2xtend.com.br

Hartzler, B. Dicamba: Past, Present and future, IOWA State University, 2017. https://lib.dr.iastate.edu/icm/2017/proceedings/12/

NALC (The National Agricultural Law Center). The deal with dicamba: part one. 2020. Acesso em: https://nationalaglawcenter.org/the-deal-with-dicamba-part-one/

Esse texto é opinião do autor e não reflete, necessariamente, a posição da Agroadvance.

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