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Bioestimulantes agrícolas: O que são, como funcionam e quais produtos estão disponíveis para uso nas lavouras?

Saiba o que são os bioestimulantes, como funcionam nas plantas e no solo, e quais são os tipos e os produtos disponíveis para uso nas lavouras.

Então, você já ouviu falar em bioestimulantes? São produtos biológicos que podem trazer benefícios para as plantas e para o solo, melhorando a produtividade e a sustentabilidade da agricultura.

Estes produtos biológicos, que atuam de forma complementar aos fertilizantes e defensivos, têm ganhado destaque por potencializarem processos naturais e reduzirem a dependência de insumos químicos.

No entanto, para explorar ao máximo o potencial dos bioestimulantes, é crucial entender sua natureza e funcionamento, bem como conhecer os diversos produtos disponíveis no mercado.

Neste artigo, vamos responder a perguntas como: o que são os bioestimulantes? Como eles funcionam nas plantas e no solo? Quais são os tipos e os produtos disponíveis para uso nas lavouras? além de mostrar como os bioestimulantes podem ser uma alternativa promissora para a agricultura moderna, que busca conciliar a produção com a preservação dos recursos naturais.

Acompanhe está matéria e descubra como os bioestimulantes podem fazer a diferença na sua produção agrícola.

O que são bioestimulantes?

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (2021), bioestimulante é um produto natural que varia em composição, concentração e proporção, que pode ser usado diretamente nas plantas, no solo ou nas sementes, com o objetivo de aumentar a colheita, aprimorar a qualidade das sementes, impulsionar o crescimento das raízes, equilibrar os hormônios da planta e acelerar e uniformizar a germinação, influenciar o desenvolvimento vegetal, promover a divisão, a diferenciação e o alongamento das células, incluindo as tecnologias e os processos relacionados ao bioestimulante.

Por isso, podem aumentar a tolerância das plantas ao estresse causado por fatores ambientais, como seca, salinidade, temperatura ou pragas e doenças.

Os bioestimulantes são diferentes dos fertilizantes, que fornecem nutrientes essenciais às plantas, e dos defensivos agrícolas, que protegem as plantas contra agentes nocivos.

Eles atuam de forma complementar, estimulando processos naturais nas plantas ou no solo, que podem resultar em maior produtividade e sustentabilidade da agricultura.

Quais são os tipos de bioestimulantes?  

Veremos abaixo como os bioestimulantes podem ser classificados de acordo com a sua origem, a sua composição ou o seu modo de ação.

Veja alguns exemplos de bioestimulantes:

  • Extratos de algas marinhas: São obtidos a partir de algas vermelhas, verdes ou marrons, que são ricas em compostos bioativos, como aminoácidos, vitaminas, minerais, polissacarídeos, fitohormônios, entre outros.

Os bioestimulantes podem estimular o crescimento, a nutrição, a resistência e a qualidade das plantas.

  • Ácidos húmicos e fúlvicos: São substâncias orgânicas que resultam da decomposição de matéria orgânica no solo.

Melhoram as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, aumentando a sua capacidade de troca catiônica, a sua retenção de água e nutrientes, a sua atividade microbiana, entre outros.

  • Microrganismos benéficos: São bactérias, fungos ou outros microorganismos que podem estabelecer relações simbióticas ou mutualísticas com as plantas, promovendo o seu crescimento e a sua saúde.

Eles podem atuar como fixadores de nitrogênio, solubilizadores de fósforo, produtores de hormônios, antagonistas de patógenos, entre outros.

  • Aminoácidos e peptídeos: São moléculas orgânicas que compõem as proteínas, que são essenciais para o funcionamento das células.

Eles podem atuar como precursores de hormônios, de enzimas, de pigmentos, de defensivos, entre outros. Também podem atuar como quelantes de nutrientes, facilitando a sua absorção e translocação pelas plantas.

  • Enzimas: São proteínas que catalisam reações químicas no metabolismo das plantas.

As enzimas podem atuar em processos como a fotossíntese, a respiração, a síntese de compostos orgânicos, a degradação de compostos inorgânicos, entre outros. Aumentando a eficiência e a velocidade das reações, reduzindo o consumo de energia e de nutrientes.

Além desses tipos de bioestimulantes, existem outros como extratos de plantas, de animais, de fungos, de bactérias, de leveduras, de algas de água doce, de compostos orgânicos, de minerais, de silício, de cobalto, de molibdênio, entre outros.

bioestimulantes vegetais
Figura 1. Bioestimulante: Tecnologia em campo Fonte: Compre Rural (2023).

Essas substâncias podem ter diferentes efeitos nas plantas, dependendo da sua composição e do seu modo de ação. Antes de aplicar bioestimulantes em sua área, consulte um agrônomo para saber qual é o mais recomendado.

Qual a diferença entre bioestimulantes vegetais e biorreguladores vegetais?

Enquanto os bioestimulantes vegetais têm uma abordagem mais ampla, buscando melhorar globalmente o desempenho das plantas e do solo, os biorreguladores vegetais têm uma ação mais específica, intervindo nos processos de crescimento e desenvolvimento das plantas em momentos-chave do ciclo vegetativo.

Os biorreguladores vegetais são substâncias que podem influenciar o crescimento e o desenvolvimento das plantas, atuando de forma semelhante aos hormônios vegetais produzidos naturalmente.

Além disso, podem ser aplicados nas sementes, nas folhas ou no solo, para estimular processos fisiológicos como a germinação, a floração, a frutificação, a senescência, a tolerância ao estresse, entre outros.

Sua origem pode ser natural ou sintética, e podem conter um ou mais tipos de hormônios vegetais, como auxinas, giberelinas, citocininas, etileno, ácido abscísico, brassinosteroides, jasmonatos, salicilatos e poliaminas.

Os biorreguladores vegetais podem melhorar a produtividade e a qualidade das culturas agrícolas, bem como a sustentabilidade da agricultura.

O que é a Arbolina?

A arbolina é um bioestimulante que foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), com base na nanotecnologia.

Ela é composta por nanopartículas de carbono, nitrogênio e hidrogênio, que podem aumentar a fotossíntese e a resistência das plantas à seca.

Ela pode ser aplicada nas folhas das plantas, por meio de pulverizações, e pode melhorar o crescimento, a nutrição, a produtividade e a qualidade das culturas agrícolas, como tomate e morango.

Ela também é biodegradável, biocompatível e não prejudica o solo e os microorganismos benéficos.

Ela está disponível no mercado, por meio de empresas parceiras da Embrapa.

Aplicação de bioestimulante em soja

Na cultura da soja, os bioestimulantes podem ser aplicados nas sementes ou nas folhas da soja, em diferentes estádios fenológicos.

A aplicação via semente busca favorecer a germinação, a emergência e o crescimento radicular das plântulas, melhorando o aproveitamento de água e nutrientes no perfil do solo.

A aplicação via foliar busca estimular o crescimento da parte aérea, a formação e o enchimento de grãos, aumentando a produtividade.

Estudos de Bertolin (2010), têm demonstrado o aumento da produtividade de soja com a aplicação de bioestimulantes, como o aumento do número de vagens por planta, do número de grãos por vagem, do peso de mil grãos, da massa seca da parte aérea e da produtividade de grãos.

uso de bioestimulantes e aumento de produtividade
Figura 2: Aumento de produtividade em soja em função de bioestimulantes Fonte: Bertolin (2010).

Alguns exemplos de bioestimulantes utilizados na soja são: Stimulate®, Phylgreen Gemma®, Phylgreen Neo® e Nitrostarter Ultra®.

Esses produtos têm diferentes composições e concentrações, por isso é importante seguir as recomendações técnicas de cada produto, como a dose, o modo de aplicação, o momento e a frequência de aplicação. Em caso de dúvidas, contate um agrônomo.

Conclusão

Como vimos anteriormente, os bioestimulantes são produtos biológicos que estimulam processos naturais nas plantas e no solo, melhorando a produtividade e a sustentabilidade da agricultura.

Podem ter diferentes composições, modos de ação e formas de aplicação. Além disso, são uma alternativa promissora para a agricultura moderna, podendo aumentar as produtividade em campo.

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Referências

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