Você está visualizando atualmente Agrometeorologia: Data Science como aliada

Agrometeorologia: Data Science como aliada

Descubra como a agrometeorologia, aliada à ciência de dados, revoluciona o agronegócio ao fornecer informações precisas sobre as condições climáticas para aumentar a produtividade das culturas, otimizar o manejo do solo e aperfeiçoar o planejamento agrícola. Saiba como a tecnologia da informação impulsiona o monitoramento meteorológico e permite uma tomada de decisão mais assertiva, reduzindo desperdícios e mitigando o impacto ambiental.

O agronegócio é a operação econômica que mais necessita das condições climáticas ideais, além de afetar o crescimento, desenvolvimento e a produtividade das culturas, o clima interfere também a associação das plantas, favorecendo ou não a ocorrência de pragas e doenças, colocando a agrometeorologia como uma importante aliada.

Por isso, a busca por entender, como todas as etapas agrícolas dependem de condições climáticas específicas para que possam ser realizadas de forma adequada, e conforme o entendimento dessa relação aumenta, surgem as maneiras de entender e utilizar de modo mais assertivo esse estudo. É onde entra a agrometeorologia aplicada a ciência de dados.

O que é agrometeorologia? E como ela se relaciona com a tecnologia da informação?

A agrometeorologia é o estudo que se baseia em analisar as condições atmosféricas da região e sua atuação na lavoura, tendo como pontos essenciais de influência no desenvolvimento das culturas a temperatura do ar, as chuvas e a radiação solar. Mas também outros fatores são importantes, como velocidade de vento e direção, umidade do ar e do solo. 

Dessa forma, os estudos agrometeorológicos vão sempre levar em consideração as informações atmosféricas com as exigências específicas da cultura para definir as melhores estratégias que serão utilizadas. Esses dados classificam-se em três níveis: 

  • dados simples e numéricos sobre as condições meteorológicas, como disponibilidade de água no solo; 
  • dados sobre a cultura, conforme seu grau de desenvolvimento;
  • estimativa de danos causados por intempéries, como granizo, ventos intensos e geadas. 

Para isso, os métodos/recursos da área de tecnologia da informação (TI) vêm cooperando e ampliando continuamente a capacidade de monitoramento meteorológico, aprimorando a utilização para transferência, armazenamento e análise de dados, assim como para a produção e disseminação de informações de forma didática e entendível.

Como realizar o monitoramento? 

Quando se trata de monitorar, dados atualizados da agrometeorologia são essenciais para o processo de tomada de decisão, ou seja, para a transformação das informações disponíveis em uma determinada ação buscando aumentar a produtividade ou melhorar o aproveitamento dos insumos.

Sistemas de informações como o Agritempo, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Sisdagro, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), são disponibilizados no Brasil fornecendo basicamente informações de primeiro grau e um pouco das de segundo grau. 

Outro ponto que coincide entre os sistemas de informações agrometeorológicas mencionados é o uso da tecnologia (TI) no gerenciamento de bancos de dados, processamento e produção da informação, seja através de mapas, textos ou gráficos.  

Um exemplo, no sistema Agritempo, estão disponíveis as funções “Previsão” e “Monitoramento”.

Na classe Previsão, os indicadores são obtidos por meio de modelos meteorológicos de previsão do tempo, sendo assim, através de uma consulta ao sistema, o produtor pode planejar certas atividades agrícolas para os próximos dias, pois no sistema conta com variáveis como: condições para tratamento fitossanitário, necessidade de irrigação, condições para manejo do solo, condições para colheita, precipitação e temperatura mínima, máxima e média.

Já na parte Monitoramento, diferentes variáveis medidas e calculadas podem ser observadas em diferentes distribuições, como os mapas nacionais, estaduais, com maior detalhamento.

Esses indicadores medidos e calculados são: disponibilidade de água no solo, necessidade de reposição por chuva, estiagem, estiagem agrícola, precipitação e evapotranspiração. Dessa forma, evidência que hoje em dia, não é mais possível desvincular monitoramento agrometeorológico do grande uso dos recursos de TI.

agrometeorologia como monitorar
Estimativas de necessidade de irrigação e condições para manejo do solo estimados a partir de dados de previsão do tempo. Fonte: Embrapa Informática Agropecuária (2014).
Agrometeorologia: Dados médios de temperatura máxima e disponibilidade de água no solo nos cinco dias anteriores à consulta em 26/09/2014. Fonte: Embrapa Informática Agropecuária (2014).

Zoneamento climático

Análise de risco climática

Através do levantamento dos dados meteorológicos, outra forma de aplicação das informações está no zoneamento agroclimático, onde pode ser empregado para a delimitação de áreas aptas, marginais ou inaptas às culturas, mas também para definir as melhores épocas de semeadura com base em probabilidade, das zonas de maturação de frutos, do risco climático associado aos impactos do déficit hídrico nas culturas, de áreas de escape de doenças, do potencial produtivo e da qualidade dos produtos (SENTELHAS; MONTEIRO, 2009).

Um método de zoneamento frequentemente utilizado, no Brasil, está embasado na observação da quantidade de riscos climáticos, onde por meio de análises de um período significativo, é possível identificar a probabilidade de ocorrer condições específicas nos locais analisados.

Classificação de épocas de semeadura em relação ao risco hídrico à cultura da soja no estado do Paraná, em nove épocas de semeadura, para cultivar precoce (120 dias) e solo de média retenção de água (CAD= 50 mm). Fonte: Farias et al. (2001).

Conclusão

Sendo assim, a ciência de dados aplicada a agrometeorologia permite que o produtor tenha informações mais específicos sobre sua lavoura. Por meio de ferramentas tecnológicas de coleta, como georreferenciamento e sensores, consegue extrair diferentes dados da região e principalmente da propriedade. Juntamente com a interpretação precisa dessas informações o agricultor tem recursos importantes, para determinar pontos como:

  • produtividade das próximas safras;
  • planejamento da irrigação conforme a necessidade de cada talhão;
  • análise das condições atmosféricas ideais para operações de adubação e aplicação de defensivos;
  • avaliação da evapotranspiração.

Com isso, as operações podem ser executadas de forma mais precisa, evitando desperdícios de insumos e problemas com deriva, reduzindo o impacto ambiental.

quer saber mais sobre o assunto? Assista a nossa aula gratuita: Decisão baseada em Dados: como a análise de dados impulsionam o sucesso no Agronegócio.

Ouça também nosso episódio sobre agricultura digital e conectividade no campo, disponível no Spotify.

Deixe um comentário

Não perca nenhuma novidade do agronegócio!

Fique por dentro das últimas tendências do agronegócio com a newsletter da Agroadvance. É gratuito e você ainda receba notícias, informações, artigos exclusivos, e-books e muito mais.